A busca de camarão é a
alternativa encontrada por centenas de pescadores artesanais que moram em áreas
ribeirinhas do Açude Orós, o segundo maior do Ceará. O reservatório acumula
apenas 7,3% de sua capacidade. O baixo nível das águas reduziu em 90% a captura
dos peixes mais comuns – tilápia e curimatã; o tucunaré, por sua vez, acabou.
A Colônia de Pescadores de Orós
estima que, por semana, são vendidos cerca de dois mil quilos de camarão. Em
média, os pescadores vendem o quilo do crustáceo por R$ 3,00.
O camarão da água doce tem
tamanho variado; o maior, conhecido popularmente por pitu, é vendido a R$ 7,00,
o quilo. O intermediário (médio) cai para R$ 3,00. Se for sem casca, o preço
sobe para R$ 20,00, da variedade de maior tamanho.
Logo após a pesca, o camarão é
descascado e cozido na beira do açude, às margens do Rio Jaguaribe. Em seguida,
ensacado. Alguns são salgados para conservação e venda posterior.
Na localidade de Barrocas, zona
rural de Iguatu, na bacia do Açude Orós, um grupo de pescadores faz a captura
do camarão, diariamente. São pescados por semana cerca de 500 quilos – em cinco
localidades. A maior quantidade é vendida no entreposto da cidade de Orós, próximo
à parede do reservatório.
Os pescadores substituíram a
antiga armadilha de captura – covo (um objeto feito de madeira ou plástico) –
por uma espécie de rede de fio ‘nylon’, semelhante a uma tarrafa – conhecida
por ‘camarozeira’. “É mais prático e custa menos”. Entretanto, em outras
localidades ribeirinhas, ainda há o uso do covo feito a partir de talas da
carnaubeira.
A pesca do camarão começa pela
madrugada e se estende até 7 horas. A isca usada é uma espécie de bolinho
assado – uma massa com farinha e resto de animais marinhos. Nos barcos
encostados à margem do rio, os pescadores fazem a seleção do produto, cozinham,
descascam e ensacam.
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