
Ainda relativamente distante da
Quadra Chuvosa, registrada entre os meses de fevereiro e maio, os 155 açudes do
Ceará monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh)
acumulam uma média de volume de apenas 2,23 milhões de m3 da capacidade total
de armazenamento, que é de 18,62 bilhões de m3, ou seja, 12,% de volume
percentual. Ainda segundo dados do órgão, apenas dois açudes seguem com volume
acima de 90%, que são o Germinal, em Palmácia, na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF) e o Jenipapo, em Meruoca (Região Norte). Os números também apontam que 98
açudes estão com volume abaixo dos 30%, e que 25 atingiram o volume morto.
De acordo com o levantamento do
Comitê de Monitoramento das Ações de Convivência com o Semiárido, equipe
formada por membros da Secretaria de Recursos Hídricos, Cogerh,
Superintendência de Obras Hídricas (Sohidra), Funceme, Defesa Civil do Estado e
Cagece, que se reúne toda sexta-feira para deliberar sobre a situação hídrica
cearense, as bacias que mais chamam atenção são as do Alto Jaguaribe, com seis
reservatórios com volume morto e quatro secos, do total de 24; e do Médio
Jaguaribe, com cinco açudes no volume morto e outros cinco, secos, do total de
15 reservatórios; a Bacia Metropolitana, que conta com 6 açudes no volume
morto, do total de 22, também requer atenção.
Segundo a Cogerh, "essas
bacias, realmente, são as que demandam mais atenção, pois foram as mais
atingidas no que é considerada a seca mais longa do século, se estendendo,
praticamente, de 2012 a 2017, onde não houve uma efetiva recarga dos
reservatórios.
No levantamento atualizado do dia
31 de outubro último, relacionado ao abastecimento das sedes, 17 municípios se
mantêm em situação de alta criticidade, com seus principais mananciais em
colapso atual ou esperado, segundo prognósticos, para até o fim de dezembro
deste ano, quando são previstas as precipitações da pré-estação chuvosa. A
lista é formada por Pindoretama, Cascavel, Beberibe, Icapuí, Russas, Aratuba,
Mulungu, Pacoti, Palmácia, Ipaporanha, Monsenhor Tabosa, Boa Viagem, Mombaça,
Piquet Carneiro, Catarina, Deputado Irapuan Pinheiro e Pereiro.
Açude - Com cerca de 27
mil habitantes, o Município de Tamboril, também sofre os efeitos das sucessivas
estiagens que, ano após ano, mudaram por completo a imagem do Açude Carão, que
antes abastecia a cidade com seus pouco mais de 26 milhões de metros cúbicos de
água, e era garantia de pesca farta para as muitas famílias da zona rural. O
reservatório, que se mantinha como mais uma opção de subsistência no Semiárido
é uma vasta área tomada pelo mato. Monitorado pela Cogerh, o Açude Carão,
ligado à Bacia do Rio Acaraú, nem de longe lembra a fartura do passado.
Ainda, em 2017, a instalação de
uma adutora de engate rápido ajudou a melhorar a oferta de água no município,
partindo do Açude Araras, em Varjota, para atender a Tamboril e Crateús. O
serviço foi suspenso em junho deste ano, por conta da recarga conseguida na
última quadra chuvosa. "O Carão secou totalmente em 2015”.
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