
A arma de guerra estava em poder
de um traficante preso em Caucaia
A guerra entre facções criminosas
em Caucaia teve mais um capítulo de violência na madrugada desta quarta-feira
(28), quando bandidos entraram novamente em confronto. Moradores de um condomínio
residencial passaram por momentos de pânico e não conseguiram dormir. A PM
cercou a área e, já no começo da manhã uma arma de grosso calibre que seria dos
criminosos foi localizada no Parque Potira: um fuzil modelo AR-15, de
fabricação americana.
O confronto da madrugada de hoje
aconteceu a poucos metros do Conjunto Residencial José Lino da Silveira,
construído através do programa federal
Minha Casa, Minha Vida, e localizado no Distrito de Jurema. Durante toda a madrugada, disparos de armas
de grosso calibre foram ouvidos na região.
A guerra travada entre as facções
Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE) vem causando pânico e mortes
em, pelo menos, quatro comunidades do Município de Caucaia há três semanas. Em
bairros como Conjunto Araturi, Conjunto Metropolitano (Picuí), Parque Potira e
no Distrito de Jurema, a disputa de território entre traficantes e “soldados”
das facções já deixou, ao menos, 14 mortos em duas semanas.
O fuzil foi apreendido com um
jovem identificado como Anderson da Silva Moreira, 23 anos, que já conta em sua
ficha criminal com várias prisões por crimes de assalto (roubo) e tráfico de
drogas.
Mortes em série - A
matança em Caucaia foi iniciada no último dia 12, após a morte, em Fortaleza,
do traficante Robério Santos Menezes, o “Escobar”, assassinado a tiros no
bairro Granja Portugal. Até então, ele comandava o tráfico em vários bairros de
Caucaia e era apontado como um dos
“cabeças” do CV no Ceará. Sua morte teria sido “encomendada” por seu
ex-parceiro de crimes, Francisco Gilaílson Ferreira Diógenes, preso há duas
semanas por policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e levado para
o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Conforme investigações da
Polícia, Gilaílson teria “rasgado a camisa” (abandonado) do CV e se aliado a
criminosos da GDE para tomar os territórios do tráfico na Caucaia, eliminando
“Escobar”. O crime inflamou a guerra das
duas facções.
Gilaílson foi preso quatro dias
após a morte de “Escobar”. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS), menos de 24 horas após o crime, o bandido participou de um
tiroteio entre as facções no Parque Potira, ocasião em que ficou ferido com um
tiro no abdome. Ele buscou socorro médico e acabou preso no hospital num cerco
do BPChoque junto com policiais do DHPP, na manhã do dia 16 último.
Armamento - Áudios
interceptados pela Inteligência mostram que a “guerra” entre as duas facções
pode estar longe de terminar em Caucaia. Isso porque “Escobar” era irmão do
narcotraficante Adriano Soares Menezes, o “Vô”, atualmente preso numa
penitenciária federal de segurança máxima em Catanduvas, no Paraná (PR). “Vô” é
um dos líderes do CV no Nordeste.
Ao saber que o irmão havia sido
morto no Ceará, o narcotraficante teria recebido o apoio da cúpula do CV no Rio
de Janeiro, que teria enviado fuzis e outras armas para que seus membros
vingassem a morte de “Escobar” e retomassem os territórios perdidos em Caucaia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário