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'Mais Médicos' chegaram ao Ceará
em 2013 com contrato de trabalho de três anos
Com o anúncio da saída de Cuba do
programa social Mais Médicos no Brasil, o Ceará deve perder 448 profissionais
que atuam em 118 municípios. O efetivo representa 36% dos médicos atuando pelo
programa no estado. A decisão de sair do país foi anunciada pelo governo
cubano, nesta quarta-feira (14), após declarações do presidente eleito Jair
Bolsonaro, que anunciou mudanças "inaceitáveis" no projeto do
governo.
O país caribenho solicitou o
retorno dos mais de 8 mil médicos cubanos da cooperação internacional no Brasil
atualmente, após Bolsonaro questionar a preparação dos especialistas e
condicionar a permanência no programa a um teste de capacidade por meio do
Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). Além disso,
Bolsonaro impôs a contratação individual.
"Diante desta realidade
lamentável, o Ministério da Saúde Pública (Minasp) de Cuba tomou a decisão de
não continuar participando do programa Mais Médicos e assim comunicou a
diretora da Organização Panamericana da Saúde (OPS) e aos líderes políticos
brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa. Não é aceitável que se
questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores
cubanos que, com o apoio de suas famílias, presta serviços atualmente em 67
países", disse a entidade em um comunicado.
Valor 'destinados à ditadura'
- O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou pelo Twitter que o governo cubano
não aceitou as condições estabelecidas para manter o programa Mais Médicos.
“Condicionamos a continuidade do
programa Mais Médicos à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos
profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade
para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, escreveu o
presidente na rede social.
'Condições inaceitáveis'
- Segundo o governo cubano, "as mudanças anunciadas impõem condições
inaceitáveis e violam as garantias acordadas desde o início do programa, que
foram ratificados em 2016 com a renegociação da cooperação entre a Organização
Pan-Americana da Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil e de Cooperação entre
a Organização Pan-Americana da Saúde e o Ministério da Saúde Pública de
Cuba".
De acordo com o Ministério da
Saúde do Brasil, o governo federal está tomando medidas que garantam a
assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes da Saúde da Família que
contam com profissionais de Cuba. Nos próximos dias, segundo a entidade, será
convocado um edital para médicos que queiram ocupar as vagas a ser deixadas
pelos profissionais cubanos. Das 18.240 vagas do programa, 8.332 são ocupadas
por médicos cubanos.
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