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Cabo Ramos, Matheus e o colega
durante carona em Guarujá
O susto que a dona de casa
Joseane Amâncio Barbosa, de 34 anos, teve ao ver o filho dela em uma viatura da
Polícia Militar equivale à gratidão que sentiu ao entender o que aconteceu. O
estudante Matheus, de 13 anos, na verdade, ganhou uma carona, após ser ignorado
por um motorista de ônibus em Guarujá, no litoral de São Paulo.
Matheus estava sozinho em um
ponto de parada no bairro Cachoeira, aguardando um veículo da linha 53 para
seguir ao treino futsal, na tarde da última quinta-feira (6). O coletivo se
aproximou, ele estendeu o braço, mas o condutor seguiu a viagem sem parar para
que o estudante pudesse embarcar.
"Eu e meu colega estávamos
retornando de uma ocorrência no bairro e nossa viatura seguia logo atrás do
ônibus. Vimos tudo. Ele estava sozinho, pediu parada, e o motorista seguiu.
Decidimos parar para ver com o menino o que, de fato, tinha acontecido",
lembra o policial militar Joel Batista Ramos, o cabo Ramos, de 31 anos.
Ao policial, o estudante contou
que estava ali, como todas as tarde faz após sair da escola, para seguir ao
bairro Astúrias, onde localiza-se a escola de futsal em que é bolsista. A
viagem tem duração aproximada de 1h, e, ao perder o ônibus, teria que voltar
para casa, pois não havia mais tempo de esperar o próximo e seguir à aula.
"Seguíamos em patrulhamento
para a mesma região, então nós decidimos levá-lo até o campinho para ele não
perder o treino. No caminho, Matheus contou que tem o desejo de ser jogador de
futebol, que cursa o 8º ano da escola e que está com boas notas. Pareceu
bastante feliz de estar ali com a gente", conta o cabo Ramos.
No meio do caminho, o policial
compartilhou, em uma rede social, uma foto em que o estudante aparece no banco
de trás da viatura. A postagem rapidamente viralizou e chegou à mãe do menino.
"Quando eu vi, levei um grande susto. Não entendi nada, mas me acalmei ao
ler a legenda da imagem", comenta Joseane.
O breve texto relatava a carona
dos policiais ao menino. "Em meio a tanta coisa ruim que a gente vê, é tão
legal encontrar algo desse tipo, não é? Ainda mais com o meu filho. Eu não
consegui falar com ele na hora, pois já estava no treino, mas quando voltou
para casa, nós conversamos e ele me disse ter ficado feliz", diz a mãe.
Matheus, tímido e com poucas
palavras, disse que também não entendeu muito bem quando viu a viatura parando
no ponto de ônibus. "Eles me perguntaram e eu disse para onde eu estava indo. Daí,
eles falaram que poderiam me levar. Eu aceitei. Quero ser jogador de futebol,
sim, mas agora já pensei em ser policial".
Cabo Ramos disse estar surpreso
com a repercussão da carona. "Não estamos nas ruas para apenas combater a
criminalidade. Estamos, também, para ajudar as pessoas naquilo que precisem. E
isso não foi apenas uma gentileza. É gratidão poder ajudar. Eu não aceito
injustiça e não foi justo o motorista não ter parado para o Matheus, seja lá
qual for o motivo".
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