terça-feira, 4 de dezembro de 2018

CRIME ORGANIZADO - Quadrilhas já destruíram 22 bancos e atacaram 11 carros-fortes no Ceará em 2018

Os ataques com explosões ocorrem, em geral, em cidades de pequeno porte

Vinte e duas agências e postos bancários assaltados e explodidos, 11 carros-fortes atacados. Este é o mais recente balanço da onda de crimes praticados por quadrilhas locais e interestaduais, especializadas em roubos a instituições financeiras, no Ceará em 2018.  O último crime do gênero ocorreu na madrugada de sábado passado (1º de dezembro), na cidade de Uruoca, na Zona Norte do estado. Em 20 cidades do Interior cearense, o quadro é de destruição dos bancos e a população enfrentando dificuldades para realizar suas atividades financeiras.

Em contrapartida às ações do crime organizado contra bancos e veículos de transporte de valores, as forças policiais desarticularam diversas quadrilhas, com mais de 40 bandidos presos. No mais recente embate, seis bandidos morreram quando trocaram tiros com a Polícia Militar e agentes de Inteligência durante tentativa de ataque a um blindado no Município de Russas.

Utilizando armas de grosso calibre, como fuzis, metralhadoras, submetralhadoras, espingardas e pistolas, além de artefatos explosivos, as quadrilhas têm, cada vez mais, ousado nos ataques a bancos do interior cearense. O alvo nem sempre é apenas a agência ou o posto bancário de cidades de pequeno porte. As sedes dos Destacamentos da PM e as viaturas, em geral, são metralhadas e os policiais acuados sem ter poder de fogo suficiente e nem pessoal para enfrentar, em pé de igualdade, os bandos criminosos.

Na lista das cidades atacadas no Ceará, em 2018, por quadrilhas de ladrões de bancos, a maioria é formada por Municípios de pequeno porte, onde o efetivo policial é reduzido e, portanto, sem capacidade de enfrentar a letalidade dos criminosos. São cidades pacatas, que contam, muitas vezes, apenas com um banco ou um posto avançado, tais como Groaíras (na Região Norte) e Ibaretama (no Sertão Central).  O baixo efetivo e a reduzida capacidade bélica impede que a PM dê a resposta imediata. As operações de caça aos ladrões geralmente só começam após a fuga do bando e com a chegada de reforços de Municípios vizinhos e de forças especiais, como o Comando Tático Rural (Cotar), do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) e do Batalhão de Divisas (BPDiv).

Regiões dos ataques - Das 20 cidades onde 22 bancos (agências e postos) foram atacados neste ano, 15 estão localizadas no Interior Norte. São elas: Varjota, Uruoca, Santa Quitéria, Itatira, Reriutaba, Amontada, Moraújo, Irapuan Pinheiro, Guaraciaba do Norte, Santana do Acaraú, Monsenhor Tabosa, Sobral, Groaíras, Catunda e Meruoca.  Em duas delas, Reriutaba e Uruoca, os bandidos atacaram, simultaneamente, duas agências bancárias (Bradesco e Banco do Brasil).

Na região Interior Sul, os ataques a bancos são em menores proporções. Apenas cinco Municípios foram alvo dos crimes. São eles: Ibaretama, Solonópole, Santana do Cariri, Piquet Carneiro e Farias Brito.  Em contrapartida, foi nesta região do estado onde aconteceu maior número de ataques a carros-fortes, nos Municípios de Aracati (duas vezes), Mombaça, Saboeiro e Russas.

Na região Norte, carros-fortes foram alvos de ataques em três Municípios: São Luís do Curu (duas vezes), Santa Quitéria e Varjota.

Houve também neste ano, tentativas de ataques a blindados em Fortaleza e Chorozinho.

Reação - Quadrilhas interestaduais são, quase sempre, as responsáveis pelos ataques a bancos e carros-fortes no Ceará. Criminosos locais que atuam neste tipo de delito fazem parceria com delinquentes dos estados vizinhos e, com mais frequência, do Piauí, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Recentemente, a Polícia descobriu que um bando formado por cearenses e potiguares vinha atuando na região do Vale Jaguaribe e Sertão Central. O trabalho de Inteligência culminou no enfrentamento ocorrido na manhã do último dia 23, na zona rural de Russas, que terminou na morte de seis bandidos e na apreensão de um forte armamento, incluindo cinco fuzis, espingardas de calibre 12 (escopetas), pistolas, coletes à prova de balas e artefatos explosivos.

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