A Sejus apreendeu 56 celulares,
em cinco malotes que entraram no Cepis, no dia 18 de março de 2017
A agente penitenciária Maria
Abigail Vale Portela foi punida com a demissão pela Controladoria Geral de
Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) por
participar de um esquema criminoso que tinha o objetivo de levar ilícitos a um
presídio, principalmente aparelhos celulares. A decisão foi publicada no Diário
Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (28).
Conforme a publicação, o esquema
criminoso envolvia a agente penitenciária, o preso Argeu da Silva Queiroz e a
sua companheira Marcela Nunes da Silva e foi descoberto em 18 de março de 2017.
Na ocasião, outros servidores da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus)
desconfiaram de um malote que seria entregue ao detento – custodiado no Centro
de Execução Penal e Integração Social (Cepis), em Itaitinga – e encontraram
celulares, chips, baterias, carregadores e fones de ouvido.
Questionada pelos colegas de
profissão, Maria Abigail negou que tivesse vistoriado o malote e, em seguida,
deixou o presídio sem ser notada. Os agentes penitenciários foram vistoriar as
encomendas entregues por ela aos internos e encontraram mais quatro malotes com
ilícitos. Ao total, foram apreendidos 56 aparelhos celulares.
Esquema criminoso - A
investigação da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da CGD, através de
interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça e dos interrogatórios,
descobriu que o esquema criminoso começou no início do ano passado e conseguiu
levar dezenas de aparelhos celulares e outros ilícitos às celas do Cepis.
Marcela combinava a entrega da encomenda com Abigail pela rede social WhatsApp,
assim como o pagamento. A servidora pública recebia de R$ 800 a R$ 1.500 por
cada malote que ela desviava dos outros agentes penitenciários e deixava passar
sem vistoria e sem ser analisado pela máquina de raio-X.
Para a Controladoria, as provas
constantes nos autos demonstram que a agente penitenciária participava do
esquema “de forma consciente e voluntária”.
Prisões - O trio foi
preso em cumprimento de mandados judiciais pela CGD e pelo Ministério Público
do Ceará (MPCE), no dia 17 de janeiro deste ano. Paralelamente ao processo
administrativo-disciplinar que culminou em demissão, a agente penitenciária
responde a uma ação penal na Justiça por corrupção e associação criminosa,
junto dos dois comparsas. Argeu Queiroz responde também a estupro de vulnerável
e roubo. Já Marcela da Silva não tinha passagens pela Polícia. A defesa do
casal não foi localizada.
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