Exame cadavérico de Ronierbson
aponta edema cerebral leve
A morte de Ronierbson Gomes e Silva, de 36 anos, responsável por dar
vida ao mascote Tutuba, nos jogos do Ferroviário, foi resultado de um
traumatismo craniano. A informação é do laudo médico do Instituto Dr. José
Frota (IJF). A família acredita que policiais militares tenham sido os
responsáveis pelo espancamento.
Segundo o documento médico, Ronierbson apresentou traumatismo
cranioencefálico (TCE) e “lesão corto-contusa em couro cabeludo”. O quadro dele
evoluiu para insuficiência renal oligúrica e parada cardiorrespiratória, com
óbito constatado às 23h23 do dia 5 de novembro. O exame cadavérico expedido
pela Perícia Forense (Pefoce), no último dia 11 de dezembro, também indica
“edema cerebral leve”.
O laudo da Pefoce, contudo, indica que Ronierbson teria falecido “em
virtude de acidente de carro”. Na madrugada daquela data, Tutuba voltava da
comemoração do título da Taça Fares Lopes, conquistada pelo time, quando
colidiu com um poste no bairro Cristo Redentor. Segundo testemunhas, ele saiu
do veículo embriagado, mas sem sangramentos, e parou em uma pizzaria, onde
pediu ajuda para falar com familiares.
As agressões teriam sido iniciadas por pessoas que estavam no
estabelecimento. Uma viatura da Polícia Militar chegou em auxílio, mas
Ronierbson teria negado a ajuda dos PMs. A partir daí, conforme as testemunhas,
os oficiais começaram a agredi-lo com pontapés.
Versão da família - “Ele não foi agressivo, só pediu um
telefone pra ligar pra esposa. Ele não desceu do carro com uma mancha de
sangue. A gente tem fotos que provam isso. A tortura foi dos policiais. Foi
muita ‘peia’. Arrastaram ele pela pista, espancaram muito, diziam ‘Que cachaça
doida foi essa que tu tomou”.
Tutuba ainda foi espancado na porta de casa, quando os militares foram
deixá-lo. “Só quando ele não aguentava mais foi que ele se identificou: ‘Eu sou
filho de policial e sou mascote Tutuba’. Foi quando parou a agressão”.
Investigação - Em nota, a Polícia Civil do Estado do
Ceará (PCCE) informa que foi instaurado inquérito policial na unidade para
apurar as circunstâncias acerca da morte de Tutuba. “Oitivas e diligências
estão em andamento, com o objetivo de esclarecer o ocorrido. O resultado do
laudo cadavérico, que apresenta a causa do óbito, foi entregue à autoridade
policial. Exames complementares estão em andamento e, ao serem concluídos,
serão encaminhados à unidade da PCCE, para auxiliar nas investigações”.
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