terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Repercussão - Golpista engana centenas de alunos em Iguatu e Maciço do Baturité com falsos cursos de faculdade

Na manhã desta terça-feira (11), a estudante, Elaine Gomes, 23 anos, voltou à Delegacia Regional de Polícia Civil em busca de mais informações sobre a conclusão do inquérito e na esperança de ser ressarcida do valor de R$ 192,00 pagos para inscrição e matrícula no curso de Administração de Empresa. “Somente da nossa turma, seis alunos foram enganados”, disse. “O meu sonho era cursar a faculdade, mas caímos em um golpe e pelo o que o delegado falou dificilmente seremos ressarcidos porque o professor não tem nada no nome dele”.
O delegado responsável pelo inquérito, Wesley Alves, estima em R$ 10 mil o prejuízo causado em Iguatu contra alunos, funcionários e a dona de uma casa alugada pelo acusado do golpe. “Eu perguntei sobre o que ele fez com o dinheiro arrecadado dos alunos, mas ele silenciou”, continuou o delegado. “Não há conta, nada no nome dele”.
O inquérito será concluído nesta quinta-feira, 13, e encaminhado à Justiça, que determinou a prisão preventiva do acusado, ou seja, sem prazo para sair da Cadeia Pública de Iguatu.
Pelo menos 15 alunos matriculados no curso de Serviço Social, seis de Administração de Empresas e 25 de Investigação Criminal foram enganados, além da proprietária da casa alugada pelo acusado, funcionários e do dono de salas onde deveriam funcionar os cursos de graduação.

Maciço do Baturité - O acusado aplicou golpe semelhante em municípios do Maciço do Baturité. Em Guaramiranga, o delegado apurou que cerca de 300 alunos foram enganados e em Tamboril, cerca de 20 pessoas com prejuízo estimado de R$ 20 mil.

Investigação - De acordo com a Delegacia Regional de Polícia Civil, o acusado chegou a Iguatu há cerca de quatro meses com a proposta de ofertar cursos de nível superior. Ele alegava ser proprietário da empresa Ieduc e que teria parcerias com faculdades renomadas, como por exemplo a Unopar e Estácio.
Houve formação de turmas para os cursos de Administração, Serviço Social e Investigação Criminal na modalidade à distância e vários alunos se matricularam e efetuaram pagamentos.
Os alunos, entretanto, desconfiaram da legitimidade desses cursos e descobriram que não havia nenhuma parceria firmada entre as faculdades e a Ieduc. Os cursos não existiam de fato e os alunos não estavam matriculados.
A Polícia Civil foi procurada pelos alunos e iniciou uma investigação e constatou que o acusado não possuía nenhum curso de nível superior e que realmente não havia nenhuma parceria firmada entre a Ieduc e faculdades Estácio e Unopar.
Os alunos foram vítimas de um golpe. O acusado foi preso em flagrante pelo crime de Estelionato (artigo 171 do Código Penal). Ele foi encaminhado para a Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu onde foi autuado em flagrante e depois foi encaminhado para a Cadeia Pública local.

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