/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/T/y/Z1uYZvQbKUzTOOM6BOHA/whatsapp-image-2019-01-04-at-22.33.30-1-.jpeg)
Concessionária teve carros
incendiados no Mucuripe
Pela terceira noite consecutiva, o Ceará sofre uma onda de ataques
criminosos em vários pontos de Fortaleza e cidades do interior, na noite desta
sexta-feira (4) e madrugada deste sábado (5). Os crimes ocorreram mesmo após a
chegada de agentes da Força Nacional, enviadas ao Ceará por autorização do
ministro da Justiça, Sérgio Moro. Entre a noite de sexta-feira e a madrugada de
sábado, bandidos queimaram veículos em uma concessionária na capital, um carro
em Maracanaú e atacaram o fórum de Pacoti, no interior do estado.
O número de ataques criminosos chegou a 71, desde o início da onda de
violência até este sábado. Bandidos queimaram veículos do transporte público;
carros de particulares e concessionárias; e atacaram diversos prédios públicos,
como bancos, delegacias e prefeituras. Uma bomba foi explodida na coluna de um
viaduto na BR-020, em Caucaia, mas o equipamento passou por obras e não corre o
risco de desabar. Segundo a Secretaria da Segurança do Ceará, 50 suspeitos
foram detidos desde quarta-feira, entre adultos e adolescentes. Um casal de
idosos e um motorista ficaram feridos até o momento.
A equipe da Força Nacional chegou a Fortaleza na noite de sexta-feira,
mas só deve atuar nas ruas a partir deste sábado para apoiar as forças de
segurança estaduais no combate aos ataques. Por volta das 20h30, a primeira
aeronave, Hércules, chegou trazendo aproximadamente 50 homens. Cerca de 200
agentes, vindos de avião, também já desembarcaram na capital cearense durante a
madrugada. Outros 98 agentes da Força Nacional vieram dos estados de Sergipe e
Rio Grande do Norte.
O Secretário da Segurança, delegado André Costa, afirmou que foram
enviadas equipes da Polícia Civil para o interior da Casa de Privação
Provisória de Liberdade 3 (CPPL 3), em Itaitinga, onde mais de 250 detentos
devem ser autuados por envolvimento em distúrbios na unidade prisional. Até o
fim da tarde de sexta-feira, 72 internos foram autuados por desobediência,
resistência e motim. A polícia não confirmou se a ordem para os atentados no
estado ocorreu de dentro do presídio.
O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará, Cláudio
Justa, acredita que os atentados são represália à fala do novo secretário de
Administração Penitenciária (SAP), Luís Mauro Albuquerque, que afirmou que
"o Estado não deve reconhecer facção" em presídio. Luís Mauro ainda
se posicionou contra a separação de detentos por facção criminosa nas unidades
prisionais do Estado e disse que a fiscalização nas unidades será mais
rigorosa.
De acordo com uma fonte do Serviço de Inteligência da Secretaria da
Segurança, membros de duas facções rivais fizeram um "pacto de
união", com o objetivo de "concentrar as forças contra o Estado".
A ordem dos ataques partiu de um detento da Unidade Prisional Agente
Luciano Andrade Lima (antiga CPPL I), na tarde de quarta-feira, ainda segundo a
fonte do Serviço de Inteligência. No dia seguinte, agentes penitenciários
fizeram uma vistoria "surpresa" na unidade, o que resultou em um
motim dos presidiários. A revolta foi controlada no mesmo dia e nenhum detento
fugiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário