Polícia conclui inquérito sobre a
venda de criança em Santa Maria da Vitória
A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou, nesta terça-feira
(22), uma mulher suspeita de negociar a venda do filho, de 12 anos, por R$ 70
mil, no oeste da Bahia, por tráfico de pessoas. Identificada como Maria Rocha
Roque, a suspeita também vai responder por abandono de incapaz e comunicação
falsa de crime. O caso ocorreu no município de Santa Maria da Vitória.
A Delegacia responsável pela investigação, enviou o inquérito ao
Ministério Público da Bahia (MP-BA) nesta terça. O órgão tem cinco dias para
oferecer ou não a denúncia à Justiça.
O homem suspeito de ser o "comprador" do menino, Sivaldo
Lenes Vieira, 71 anos, foi indiciado por tráfico de pessoas. Ele e a mãe do
adolescente seguem presos, à disposição da Justiça.
De acordo com a Delegacia, Sinvaldo disse que não tentou comprar o
adolescente. Entretanto, o idoso foi acusado por Maria Roque, mãe do garoto, em
depoimento na delegacia.
Também em depoimento, Maria, que foi presa no dia do crime, revelou que
venderia o adolescente por raiva, porque o garoto é fruto de um estupro. A
polícia não tem informações sobre quem teria sido o autor do estupro.
Sinvaldo Vieira foi preso no fim da manhã do dia 15 de janeiro, na
cidade de Botuporã, no sudoeste baiano. Segundo a polícia, ele já tinha
passagem por tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo.
Sinvaldo Vieira, de 71 anos, é
suspeito de comprar adolescente de 12 anos por R$ 70 mil
CASO - Maria Roque Rocha foi presa após confessar que venderia o filho de
12 anos para um homem, na rodoviária de Santa Maria da Vitória. O caso
aconteceu no dia 11 de janeiro. Ela deixou o filho sozinho no local e foi
embora.
A Polícia Civil informou que o menino foi encontrado chorando por
policiais. Ele, então, falou o nome e o número de telefone da mãe para os investigadores
do órgão, que tentaram o contato com a mulher, mas não conseguiram.
A polícia começou as buscas por Maria, após imagens da câmera de
segurança da rodoviária serem coletadas. Ela, então, retornou aos telefonemas
da polícia afirmando que tinha sido sequestrada e que estava na rodoviária de
Bom Jesus da Lapa, também no oeste baiano. Maria foi presa no local.
Segundo a polícia, Maria Rocha manteve a versão do sequestro
inicialmente, mas depois confessou que entregaria o filho para um homem. Em
depoimento, a mulher disse que a criança seria levada para uma outra família
brasileira que está morando no Japão.
Ela contou que, com a venda do menino, receberia R$ 5 mil na rodoviária
e outros R$ 65 mil quando o garoto chegasse no país asiático.
A polícia contestou a versão da mulher e afirmou que a história de que
ele seria levado para o Japão foi um pretexto que o suspeito inventou para
iludir o menino. O garoto é filho único e está na casa de um tio. Ele é
acompanhando pelo Conselho Tutelar.
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