Mais de 70 municípios cearenses começaram o ano em situação de
emergência por causa da seca. A esperança do sertanejo é de boas chuvas em
2019, para amenizar a falta de água e as perdas dos rebanhos e plantações.
Olhos cansados, pele ressecada, pés rachados, chapéu de sertanejo na
cabeça para se proteger do sol. No caminho até o Sertão Central, é fácil
encontrar famílias que têm como rotina buscar águas em pequenos rios, açudes ou
em pontos de abastecimentos espalhados em alguns distritos afastados.
Uma das soluções tem sido a operação carro-pipa executada pelo Exército
nas áreas rurais do semiárido, e pela Defesa Civil nas áreas urbanas e nos
municípios que não compõem o semiárido. É como se uma em cada 25 pessoas no
Ceará dependesse ainda de carro-pipa. Hoje, 155 açudes são monitorados e 101
deles estão abaixo de 30% da capacidade, de acordo com o portal hidrológico do
estado.
Uma das cenas mais comuns no açude Cedro, em Quixadá, no Sertão
Central, é um carro-pipa que vem mais de uma vez durante o dia para abastecer.
A água do reservatório só serve para o plantio e para o alimento de animais,
não é utilizada para as necessidades humanas. Inaugurado há mais de um século,
desde 1989 o açude não sabe o que é sangrar. De acordo com a Cogerh, o estado é
crítico e ele está apenas com 1% de armazenamento da sua capacidade.
De um lado a enorme beleza da região, mas do outro um cenário de
precariedade e tristeza. Diante de tantos desafios, o que mais o sertanejo
espera é um 2019 com uma quadra chuvosa ainda mais rica.
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