Bebianno é o primeiro ministro a
deixar o governo de Jair Bolsonaro
O governo do presidente Jair Bolsonaro anunciou na noite desta
segunda-feira, 18, a demissão do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno
(PSL). A informação foi dada pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio
Rêgo Barros. A expectativa é de que o general da reserva Floriano Peixoto deva
assumir o cargo deixado.
Em nota, lida pelo porta-voz, Bolsonaro agradece a “dedicação” de
Bebianno enquanto esteve no cargo, desejando ainda “sucesso” ao agora
ex-ministro.
Primeiro ministro a deixar o governo federal, Bebianno há dias está
envolvido em polêmica sobre o esquema de candidatos laranjas do PSL, revelado
pela Folha de S. Paulo. Ele presidiu a sigla nacionalmente durante janeiro e
outubro de 2018, sendo ainda um dos principais coordenadores da campanha de
Bolsonaro.
De acordo com o jornal, o PSL (partido do presidente) repassou R$ 400
mil a uma candidata a deputada federal de Pernambuco, que recebeu 274 votos.
Segundo o jornal, o repasse teria sido feito quatro dias antes das eleições.
O ex-ministro negou qualquer irregularidade, informando que, por ser o
presidente nacional do PSL, não teria sido o responsável por fazer a divisão do
dinheiro do partido aos candidatos. A decisão ficou com os diretórios estaduais,
defendeu-se Bebianno.
Durante o fim de semana, alas civis e militares que compõem o Governo
Federal especularam que a demissão deveria ser anunciada nesta segunda. Mais
cedo, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, confirmou a
informação da demissão de Bebianno. “De hoje não passa”, declarou.
O ex-ministro envolveu-se também em polêmica com Carlos Bolsonaro,
vereador do Rio de Janeiro e filho do presidente. Enquanto tentava minimizar a
crise pela qual estava no centro, Bebianno chegou a ter declarações contraditas
por Carlos. Segundo interlocutores do governo, com a saída confirmada, Bebianno
poderá expôr situações de Carlos, inclusive com consequências para o pai.
Responsável por levar Bolsonaro ao PSL, Bebianno era considerado um dos
homens de confiança do presidente. Após o pleito do ano passado, Bebianno
deixou o posto e foi escolhido para assumir a Secretaria-Geral da Presidência,
ministério com gabinete no Palácio do Planalto.
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