domingo, 10 de fevereiro de 2019

Transferência em massa de presidiários das cadeias de Quixeramobim e de Quixadá deixa familiares aflitos

Correria até as cadeias públicas do Estado em Quixeramobim e Quixadá e muito choro foi o que se viu de familiares de presidiários nas portas dessas duas unidades. O motivo foi a transferência surpresa de 73 internos de Quixeramobim e mais 26 de Quixadá para as Casas de Privação Provisória de Liberdade (CPPLs) na região metropolitana de Fortaleza. Outros 36 já haviam sido recolhidos de Quixadá.
A Secretária de Administração Penitenciária do Ceará (SAP) não tem divulgado as transferências, mas fontes da pasta informaram tratar-se do reordenamento determinado pelo secretário Luís Mauro Albuquerque Araújo. Além de sanar a superlotação a medida visa desarticular o crime organizado dentro dos presídios espalhados pelo Interior.

Ordens de assassinatos - No início da semana foi a Polícia Civil quem realizou uma vistoria surpresa na cadeia pública de Quixeramobim. Contando com o apoio de equipes do Batalhão de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio) e do Comando Tático Rural (Cotar) a inspeção foram encontrados mais de um quilo de drogas e 10 telefones celulares. A Polícia investiga se ordens de assassinatos estariam partindo de dentro das celas.
Ainda de acordo com os levantamentos feitos, em Quixeramobim restaram apenas 12 detentos. Nessa cadeia estão sendo recebidos apenas presidiários em regime aberto e semiaberto. Essa também é a situação de Quixadá. As visitas habituais estão sendo encerradas. Com a mudança, o tráfico e outros crimes praticados atrás das grades estão sendo interrompidos. Essa estratégia está sendo aplicada em várias cadeias em condição precária de funcionamento espalhadas pelo Estado.

Perigo urbano - As cadeias de Quixadá e de Quixeramobim ficam localizadas em áreas residenciais. Ao lado da primeira funcionam duas escolas públicas. Uma rua lateral precisa ficar constantemente interditada para evitar o arremesso de drogas, celulares e até arma de fogo para o pátio, apesar de ter sido instalada uma tela de proteção.
Na cidade vizinha a unidade correcional do Estado tem um hotel como limite de área e há ainda residências. Com a transferência da maioria dos presos os moradores e funcionários do estabelecimento hoteleiro ficaram aliviados. Apear de não terem ocorrido mais rebeliões, a tensão era constante.

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