quinta-feira, 28 de março de 2019

Construção civil em Iguatu recua 70% em financiamentos de imóveis residenciais

O setor da construção civil em Iguatu, cidade polo da região Centro-Sul do Ceará, amarga nesse primeiro trimestre de 2019 uma queda no financiamento para compra de imóveis residenciais de pelo menos 70% em comparação com período do ano anterior. Os empresários classificam a situação como preocupante e temem a paralisação do setor.
Há recursos disponíveis na agência da Caixa Econômica Federal (CEF), mas a mudança nos critérios de avaliação financeira dos proponentes reduziu entre 70% e 80% a concessão dos financiamentos. De cada 10 propostas encaminhadas ao setor apenas duas ou três têm a carta de crédito aprovada.
A CEF no atual governo passou a analisar com base em informações do Banco Central toda a movimentação financeira e renda do proponente.
Ancorada no Programa Minha Casa Minha Vida, o setor da construção de casas populares cresceu 15% em 2018, em relação ao ano anterior. Os números apresentados pela Associação dos Construtores do Centro Sul do Ceará são expressivos: a atividade gera mais de 3500 empregos diretos e mais de R$ 65 milhões foram injetados na economia local em 2018.
A expectativa para 2019 era positiva, mas as mudanças implementadas a partir de maior rigor na concessão de carta de crédito para liberação de financiamentos imobiliários trazem dificuldades para o setor.
Iguatu, em 2018, foi a terceira cidade, após Caucaia e Eusébio, a liberar mais financiamentos imobiliários. Ultrapassou cidades como Juazeiro, Crato e Sobral.
A Federação Nacional dos Pequenos Construtores (Fenapc) vem acompanhando a situação em todo o país mediante a redução na concessão do crédito habitacional. “O número de financiamentos da casa própria caiu consideravelmente e isso vai afetar a economia local. De cada dez encaminhamentos, oito são negados porque não há comprovação de renda suficiente”.
Em Iguatu, opera-se o valor de financiamento para compra da casa própria por meio do PMCV em até R$ 160 mil. Cerca de 80% do valor avaliado do imóvel são financiados. No ano passado, foram financiadas em média 50 casas por mês e o valor da prestação do imóvel varia entre R$ 600,00 e R$ 800,00.
No início do ano, os empresários enfrentaram a suspensão que perdurou cerda de 60 dias de liberação de recursos do PMCMV. Agora, estão diante de um cenário novo em que há maior exigência para a concessão de carta de crédito de financiamento imobiliário.
O ritmo de construção dos imóveis vem diminuindo desde o início do ano e já há desemprego em curso.

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