
O setor da construção civil em Iguatu, cidade polo da região Centro-Sul
do Ceará, amarga nesse primeiro trimestre de 2019 uma queda no financiamento
para compra de imóveis residenciais de pelo menos 70% em comparação com período
do ano anterior. Os empresários classificam a situação como preocupante e temem
a paralisação do setor.
Há recursos disponíveis na agência da Caixa Econômica Federal (CEF),
mas a mudança nos critérios de avaliação financeira dos proponentes reduziu
entre 70% e 80% a concessão dos financiamentos. De cada 10 propostas
encaminhadas ao setor apenas duas ou três têm a carta de crédito aprovada.
A CEF no atual governo passou a analisar com base em informações do
Banco Central toda a movimentação financeira e renda do proponente.
Ancorada no Programa Minha Casa Minha Vida, o setor da construção de
casas populares cresceu 15% em 2018, em relação ao ano anterior. Os números
apresentados pela Associação dos Construtores do Centro Sul do Ceará são
expressivos: a atividade gera mais de 3500 empregos diretos e mais de R$ 65
milhões foram injetados na economia local em 2018.
A expectativa para 2019 era positiva, mas as mudanças implementadas a
partir de maior rigor na concessão de carta de crédito para liberação de
financiamentos imobiliários trazem dificuldades para o setor.
Iguatu, em 2018, foi a terceira cidade, após Caucaia e Eusébio, a
liberar mais financiamentos imobiliários. Ultrapassou cidades como Juazeiro,
Crato e Sobral.
A Federação Nacional dos Pequenos Construtores (Fenapc) vem
acompanhando a situação em todo o país mediante a redução na concessão do
crédito habitacional. “O número de financiamentos da casa própria caiu
consideravelmente e isso vai afetar a economia local. De cada dez
encaminhamentos, oito são negados porque não há comprovação de renda
suficiente”.
Em Iguatu, opera-se o valor de financiamento para compra da casa
própria por meio do PMCV em até R$ 160 mil. Cerca de 80% do valor avaliado do
imóvel são financiados. No ano passado, foram financiadas em média 50 casas por
mês e o valor da prestação do imóvel varia entre R$ 600,00 e R$ 800,00.
No início do ano, os empresários enfrentaram a suspensão que perdurou
cerda de 60 dias de liberação de recursos do PMCMV. Agora, estão diante de um
cenário novo em que há maior exigência para a concessão de carta de crédito de
financiamento imobiliário.
O ritmo de construção dos imóveis vem diminuindo desde o início do ano
e já há desemprego em curso.
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