segunda-feira, 18 de março de 2019

Novos casos de suicídio de agentes da Segurança Pública preocupam autoridades

Julierme Sena que a implantação de um Centro de Assistência Psicológica

Seis agentes da Segurança Pública praticaram o suicídio neste ano no Ceará. Somente no último fim de semana foram dois casos, um soldado da Polícia Militar e um escrivão da Polícia Civil. O índice de servidores do setor que decidem por fim à própria vida tem subido nos últimos dois anos. A falta de acompanhamento psicológico e o estresse do dia a dia no enfrentamento à violência tem causado, cada vez mais, suicídios entre os agentes da lei.
Diante do grave quadro de problemas psicológicos enfrentados pela categoria, representantes da classe buscam soluções e apontam sugestões. Para o policial civil e vereador por Fortaleza, Julierme Sena, torna-se necessária e urgente a criação do Núcleo Especial de Atendimento Psicológico, Psiquiátrico e de Assistência Social para os agentes de Segurança.
Como vereador de Fortaleza, ele defende que os guardas municipais da Capital sejam assistidos. “Precisamos dar atenção ao ser humano que está por trás daquela farda. Até porque, em muitas vezes, eles não conseguem arcar com os custos de um atendimento psicológico e psiquiátrico, e o Poder Público pode e deve cuidar desses profissionais”.
O vereador apresentou na Câmara Municipal de Fortaleza o Projeto de Indicação de número 60/2019 que prevê a assistência psiquiátrica e psicológica aos guardas municipais e agentes de trânsito. “A rotina desses agentes de trânsito e guardas municipais é intensa. Atuar na Segurança Pública é se deparar com situações estressantes. E o acúmulo deste estresse leva ao adoecimento dos profissionais, o que pode até levá-los ao suicídio”.

Suicídios - No fim de semana, o soldado da Polícia Militar Iuri Almeida dos Santos suicidou-se em sua residência, no bairro Itaperi, na Capital. Ele praticou seu próprio enforcamento. Chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas acabou falecendo.  O mesmo aconteceu com o escrivão da Polícia Civil, José Henrique Monteiro Brito, que se suicidou na casa de amigos, no bairro Aldeota.
Nos últimos meses, vários episódios de suicídio envolvendo agentes da Segurança Pública  foram registrados no estado. No Carnaval, um PM matou a esposa e logo depois suicidou-se, na cidade de Paracuru. Tratava-se do sargento PM Álisson Carlos Lima da Silva.
Em fevereiro, o soldado PM Francisco Igor da Silva também decidiu tirar a própria vida, disparando um tiro no ouvido após o fim do namoro com uma jovem daquela cidade. Ele era destacado no Batalhão de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio).

Contratar - Em Fortaleza, foram mais dois casos. Um cabo da PM praticou o suicídio dentro do carro, ao lado da esposa. Já o capitão PM José Henrique Monteiro Brito deu fim à própria vida no interior do Palácio da Abolição ao saber que seria transferido da Casa Militar e perderia a gratificação pelo cargo que exercia no governo.
No último dia 7, o secretário da Segurança Pública do Estado, André Costa, anunciou que a Pasta iria contratar novos profissionais da área de Psicologia para o atendimento e acompanhamento aos profissionais da Segurança.

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