
O monitoramento é falho e muitos detentos com o aparelho já
foram presos
O governo do estado do
Ceará, através de sua Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), vai
gastar nos próximos 12 meses recursos da ordem de R$7,9 milhões na compra de
tornozeleiras eletrônicas para os presos que deixarão as penitenciárias,
presídios e cadeias públicas por ordem da Justiça. São detentos que passarão a
cumprir a pena em liberdade provisória ou no regime semi-aberto.
O contrato foi firmado
entre a Secretaria e a empresa paranaense Spacecomm Monitoramento S/A, sediada em Curitiba e que
é a única no Brasil a atuar com a venda deste tipo de dispositivo. O contrato
foi autorizado pelo secretário Luís Mauro Albuquerque e o pagamento deve
ocorrer em até 15 dias após o fechamento do contrato.
A aquisição das
tornozeleiras foi tornada pública através do Diário Oficial do Estado do Ceará
(DOE) na sua edição desta quarta-feira (27).
O contrato está assinado pela coordenadora jurídica da SEAP, Mariana
Justa Furtado Maia.
Sem controle - O uso das
tornozeleiras eletrônicas é determinado pela Justiça como alternativa para a
não permanência de detentos nas cadeias superlotadas. A decisão judicial é
tomada, na maioria dos casos, durante as audiências de custódia. Bandidos envolvidos em delitos como furtos,
tráfico de drogas e outros crimes acabam ganhando a liberdade com a restrição
de usarem o equipamento. A tornozeleira permite que a Secretaria monitore o
detento e, portanto, impeça sua fuga ou o cometimento de novos delitos.
No entanto, na prática,
já está demonstrado que o monitoramento não funciona a contento. Diariamente,
bandidos são presos praticando assaltos, roubos de veículos, seqüestros
relâmpagos e até assassinatos e latrocínios mesmo usando tais equipamentos.
Números - Segundo o último boletim da
Secretaria da Administração Penitenciária (SEAP) com as estatísticas do sistema
penitenciário cearense, de janeiro de 2019, até hoje o Ceará conta com 3.112
detentos monitorados eletronicamente. Destes, 672 foram beneficiados pela
Justiça com prisão domiciliar, outros 272 cumprem trabalho externo, mais 2.032
foram liberados das cadeias para cumprirem medidas cautelares, 134 cumprem
medida protetiva e outros dois receberam as tornozeleiras durante saída
temporária da prisão.
Veja o teor do contrato publicado no Diário Oficial do Estado
(DOE)

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