Chefe da milícia de Rio das Pedras preso no fim de janeiro, Maurício
Silva da Costa, o Maurição, foi transferido por determinação judicial do
Batalhão Especial Prisional para o Complexo de Gericinó. O motivo: o Serviço de
inteligência do Ministério Público afirma que, mesmo atrás das grades, ele recebia
de forma irregular informações de um parente, que também é policial militar.
Tenente reformado, Maurição foi preso na Operação Intocáveis, assim
como outras lideranças da mesma milícia, entre eles o major Ronald Paulo Alves
Pereira.
O "garoto de recados" estaria levando e trazendo informações
em visitas ao Batalhão Especial Prisional (BEP), o presídio onde geralmente
ficam os agentes militares. Na decisão judicial, o familiar não foi
identificado.
O relatório de inteligência indica que o parente do miliciano estaria
levando informações de dentro da comunidade para os detentos, visando
constranger moradores de Rio das Pedras que estivessem colaborando com as
investigações.
Outro chefe da milícia está
foragido - Em janeiro, Maurício e
Ronald foram presos por envolvimento com grilagem de terra, construção, venda e
locação ilegal de imóveis, receptação de carga roubada, posse e porte ilegal de
arma de fogo, extorsão a moradores e comerciantes, lavagem de dinheiro,
falsificação de documentos públicos, agiotagem e homicídio qualificado.
O Ministério Público aponta o também policial Adriano Magalhães da
Nóbrega como o terceiro chefe do grupo. Ele está foragido.
O major Ronald foi homenageado em 2004 pelo deputado estadual e senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que propôs uma moção de louvor a ele na
Assembleia Legislativa do RJ (Alerj). O ex-capitão Adriano da Nóbrega recebera
a mesma homenagem do filho do presidente um ano antes.
No ano passado, Ronald e Adriano chegaram a ser ouvidos pela Delegacia
de Homicídios como testemunhas no inquérito que apura as mortes da vereadora
Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
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