
Policiais militares lotados nos Destacamentos da PM em cidades de
pequeno porte se tornaram o alvo permanente das quadrilhas que atacam bancos no
Ceará. Somente neste ano, em pouco mais de três meses, seis assaltos contra
agências foram registrados no estado e, em todos eles, os PMs escaparam por
pouco das centenas de tiros disparados contra eles. Na madrugada desta
terça-feira (2), mais de 30 disparos atingiram a sede da precária base da PM da
cidade de Graça, na Região Norte do Ceará. 
Um vídeo feito por um morador daquela cidade mostra a imensa quantidade
de tiros disparados contra o prédio que abriga o Destacamento. O quarto onde
estão os beliches e que serve de dormitórios para os militares de plantão ficou
marcado por buracos de bala, provavelmente, tiros de fuzil, pistolas e
submetralhadoras. 
E tem sido assim a rota dos policiais militares destacados para a
segurança em pequenas cidades. As quadrilhas escolhem somente lugares assim,
com baixo efetivo policial, uma única viatura e um precário sistema de
comunicação. Evitam cidades onde estão instalados pelotões, companhias e
batalhões. O alvo é sempre o mesmo. Em cada Destacamento, por turno de
trabalho, estão, no máximo, quatro militares. 
A vantagem numérica e bélica é sempre dos criminosos. Em geral, à cada
ataque, as quadrilhas mobilizam entre 10 a 15 homens, armados com fuzis,
submetralhadoras, escopetas (espingardas de calibre 12), além de pistolas, sem
contar os explosivos. 
Perigosa rotina - Sem ter como enfrentar em pé de igualdade
as quadrilhas, os PMs dos Destacamentos das pequenas cidades interioranas do
Ceará não têm outra opção senão se abrigarem no momento dos ataques. São
orientados a deitar no chão e esperar que os tiros dos bandidos cessem. Só
depois disso, saem para verificar os estragos e pedir apoio às unidades mais
próximas e aos seus batalhões, pois naquele momento sequer vão dispor de meio
de transporte, já que as viaturas são metralhadas. 
Nos três primeiros meses de 2019, a rotina de ataques a bancos no Interior
do Ceará atingiu seis cidades de uma mesma região: Cariré, Croatá, Tururu,
Tamboril, Tejuçuoca e Graça. Todas fazem parte da área de circunscrição do
Comando do Policiamento do Interior Norte (CPI-Norte). São cidades de pequeno
porte e com um baixo aparato. Sabendo disso, as quadrilhas prosseguem em seus
ataques. Virou rotina.
 
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