Criminosos desafiam autoridades e
burlam a proibição de celulares na cadeia
Um empresário do ramo de restaurantes e barracas de praia está sendo
ameaçado de seqüestro e morte por membros de uma facção criminosa que atua na
zona Leste de Fortaleza. Motivo: teria impedido que traficantes negociassem
drogas em seu estabelecimento, uma famosa barraca da Praia do Futuro. As
ligações para o empresário partem de dentro de um presídio da Região Metropolitana
de Fortaleza (RMF). Setores de Inteligência já apuram o caso, comprovando que
ainda há aparelhos na posse dos presidiários.
O caso está sendo apurado em sigilo, segundo fontes da Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mas revela que a proibição de
celulares nos presídios é uma etapa que ainda não foi vencida pelas autoridades
do Sistema Penitenciário do Ceará, e contraria as repetidas declarações feitas
pelo secretário Luís Mauro Albuquerque.
Ele tem dito que a entrada de celulares nas cadeias cearenses foi
superada, o que ocasionou a redução da violência nas ruas.
No caso do empresário ameaçado, as ligações de dentro de um presídio
local atestam que bandidos com poder nas quadrilhas e nas facções criminosas locais
continuam tendo acesso aos aparelhos e, através deles, ordenam crimes, comandam
os negócios do tráfico e afrontam quem ousar atrapalhar o comércio das drogas,
principal fonte de renda das facções,
Desde a sua chegada ao Ceará, em janeiro último, o secretário Luís
Mauro Albuquerque tem ganhado espaço na mídia local por ter tomado decisões
ousadas e radicais com o objetivo de reorganizar a disciplina e a administração
do Sistema Penitenciário do Ceará. Uma
delas, e a mais impactante até agora, a desativação imediata de dezenas de
cadeias públicas do Interior. Foram 98 cadeias fechadas e seus detentos
transferidos para presídios da Grande Fortaleza e para as penitenciárias
regionais de Juazeiro do Norte e Sobral.
Sem tomadas - Albuquerque foi mais à frente, determinando
uma reorganização geral no sistema de visitas aos presos, além de proibir o uso
de celulares, TVs, ventiladores e outros equipamentos eletroeletrônicos nas
celas. E como não há qualquer previsão da instalação de bloqueadores de sinal
de celular nos presídios, o secretário encontrou uma solução caseira: mandou
retirar todas as tomadas das celas e corredores dos presídios, impedindo que os
telefones pudessem ter suas baterias recarregadas.
Contudo, a entrada de celulares
continua a desafiar o secretário e sua gestão. As ameaças das facções a
cidadãos, o planejamento e ordem para crimes nas ruas e nas favelas persistem.
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