"Galego dos Colchões",
Jozito e "Charlim", bandidos cearenses presos em SP
Uma organização criminosa formada por bandidos de uma única região do
Ceará: o Vale do Jaguaribe. Criminosos autores de um “rosário” de assassinatos
na região e que fugiram para São Paulo ao perceberem que o cerco policial
estava se fechando contra eles. Já em
terras paulistas, migraram para o tráfico de drogas e mergulharam nas atividades
da maior facção em atividade no País, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Mas,
ali, continuaram praticando o mesmo delito: matar.
Este é perfil de uma quadrilha desarticulada na última segunda-feira
(15), em três cidades paulistas: Itaquaquecetuba, Guarulhos e São Paulo
(Capital), nos bairros Pimentas e Jardim Marilena. O grupo era formado por 15 cearenses, todos
naturais dos Municípios de Alto Santo, Jaguaretama e Jaguaribara. Bandidos
considerados de altíssima periculosidade, matadores que conseguiram driblar a
Polícia do Ceará e seguiram para a Capital paulista no ano passado.
Em Guarulhos e nas duas outras cidades próximas, montaram um esquema de
tráfico de drogas sintéticas e atuavam como “braço” armado do PCC na
região. Pistoleiros, assassinos e
traficantes cearenses formavam o bando desmantelado pela “Operação Cactus”.
Durante meses, agentes do 4º DP (Guarulhos) trabalharam em regime
diuturno e em silêncio para identificar cada um dos membros da quadrilha de
“pistoleiros do Ceará”. O desaguar da
investigação culminou quando a Justiça, a pedido da Polícia, expediu 10
mandados de prisão preventiva e mais 15 de busca e apreensão. Cerca de 80
policiais civis, das delegacias de Guarulhos, Mogi das Cruzes e São Bernardo do
Campo foram às ruas na madrugada de ontem (15) para prender os bandidos
cearenses.
Presos na operação - Entre os criminosos detidos ontem na
“Operação Cactus”, está o cearense Josivan Reginaldo de Monte, natural de
Jaguaribara, conhecido como “Galego dos Colchões” ou “Gordo dos Colchões”,
apontado como partícipe direto da morte do subtenente PM Carlos Herbênio
Almeida Bezerra, comandante do Destacamento da PM de Jaguaretama, assassinado a
tiros na manhã de 19 de fevereiro de 2016, naquela cidade, enquanto fazia seu
cooper.
Outro preso ontem em Guarulhos é Jozito Maia Diógenes, natural de Alto
Santo, possui uma longa ficha de crimes, é bastante conhecido no Vale do
Jaguaribe por organizar vaquejadas. Tem envolvimento com tráfico de drogas e
crimes de pistolagem. Segundo a Polícia de São Paulo, nas redes sociais ele
costuma exibir armas e afirma ser atirador “real e virtual”.
Também foi preso durante a operação, o pistoleiro cearense Antônio Charles
Barreto, conhecido por “Charlim”, apontado pelas autoridades como o mais
perigoso da quadrilha, matador nato. Foi um dos bandidos que mataram o
subtenente Herbênio, em Jaguaretama; além de ter assassinado com tiros de fuzil
o soldado PM Hudson Danilo de Oliveira, na noite de 7 de janeiro de 2016, ao
reagir a um cerco policial após a quadrilha assaltar uma fazenda na zona rural
de Jaguaretama. Em São Paulo, ele matou
um homem em um bar, na cidade de Jaquatima. Depois do crime, mudou-se para
Guarulhos. Recebia o apoio do PCC.
Antônio César Marino Ferreira Diógenes também foi capturado ontem em
São Paulo. Segundo as autoridades, apesar de não possuir passagens pela
Polícia, estaria atuando para o PCC. Foi preso em um bar, na cidade de Guarulhos,
onde escondia drogas.
A Polícia paulista descobriu também que, além de envolvimento e mortes
e tráfico de drogas, o grupo estava organizando vaquejadas para “lavar” o dinheiro
ilícito. Chamou a atenção das
autoridades um determinado sobrenome dos envolvidos e descobriu que a maioria
respondia no Ceará por crimes de pistolagem. O bando seria conhecido como
“Filhos de Senhorzinho”. Na verdade, apenas um dos envolvidos presos pertence a
esta família natural de Jaguaretama, já quase totalmente dizimada em confrontos
com a Polícia.
Nas buscas realizadas nesta segunda-feira, a Polícia de São Paulo
apreendeu um fuzil modelo AK-47, uma pistola de fabricação israelense, uma pistola
calibre 380, um revólver de calibre 38, outro 32, além de drogas.
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