As investigações que se seguiram
à ação desastrosa da Polícia Militar em Milagres foram alvo de pressão e
situações de constrangimento envolvendo investigadores e testemunhas. Delegados
defendem que o pedido de prisão preventiva dos militares, desconsiderado pelo
MP, era "mais que necessário"
Equipes de policiais civis foram
seguidas em diligências entre os municípios de Barro e Milagres
Todo caminho para apagar um rastro também deixa outros rastros e a
Polícia Civil sabia disso. Um dos primeiros passos na investigação era refazer
o caminho da Polícia Militar, senão na madrugada dos ataques, logo na manhã que
sucedeu. Porque passar algumas horas do dia tentando apagar imagens das câmeras
dos estabelecimentos comerciais era revelar que algo elas tinham a dizer. Não
adiantaram as duas tentativas de destruir os arquivos com a formatação dos
discos rígidos. A imagem do supermercado Burunganda seria reveladora: após
todos os suspeitos em cena mortos, ou evadidos, três policiais atiraram
sucessivamente de fuzil na direção de cinco reféns, "visivelmente
indefesos", feitos alvos a sete metros de distância.
As várias narrativas de alteração das cenas do crime, relatadas meses
antes do anúncio oficial, davam uma dimensão do que se supõe atrapalhar
investigações. E esse é um dos grandes incômodos da Polícia Civil por o
Ministério Público não ter confirmado o pedido de prisão preventiva de 15 PMs
que estariam tentando atrapalhar as investigações.
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