Chamada pelos médicos de cirurgia
“a céu aberto”, o procedimento feito na Maternidade-Escola retirou o útero da
paciente para fora do corpo e operou a coluna do feto
Foi realizada pela primeira vez no Ceará uma cirurgia
para correção de uma má-formação congênita de um feto ainda dentro do
útero da mãe. O procedimento foi feito no último domingo (26), por uma equipe
médica da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), da Universidade
Federal do Ceará (UFC). Até então, a cirurgia é feita tradicionalmente poucos
dias depois do nascimento.
Chamada pelos médicos de cirurgia “a céu aberto”, o procedimento é
feito colocando-se o útero da paciente para fora e fazendo uma pequena incisão
no órgão, por meio da qual operam a coluna do feto. Em seguida, fecham as
incisões e o útero é inserido novamente no abdômen da mãe. A gestação segue
normalmente até o nascimento do bebê, geralmente prematuro.
Mãe veio do interior - A enfermeira Fernanda Oliveira, viajou de
Russas, para buscar o tratamento para a sua filha, Giovana. Ela já é mãe de uma
menina de cinco anos que também tem mielomeningocele. As limitações no
desenvolvimento da primeira filha foram a principal motivação para que a
família buscasse um tratamento precoce para a bebê que está para nascer.
Sobre a Mielomeningocele - A mielomeningocele, também conhecida como
espinha bífida aberta, é uma malformação congênita da coluna vertebral do bebê
em que as meninges, a medula e as raízes nervosas estão expostas. O defeito
surge antes da 8ª semana de gestação. Se não corrigido, traz graves sequelas no
desenvolvimento neurológico da criança. As causas são multifatoriais, podendo
ser genéticas ou ambientais.
Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, a cada mil
nascimentos, um a dez bebês podem ter essa condição. Por isso, a medicina fetal
tem concentrado esforços para tentar corrigir com o máximo de precocidade,
evitando danos mais severos. A técnica mais comum é uma neurocirurgia nos
primeiros dias após o nascimento. Mas nos últimos anos, a cirurgia no bebê
ainda no útero da mãe tem sido a opção mais eficaz para o tratamento.
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