Nos últimos anos, cresceu o discurso em defesa da moralidade entre os
mais diferentes atores políticos do país, principalmente durante as campanhas
eleitorais.
Apesar disso, a sintonia entre o discurso e a prática anda bem longe de
ser o ponto ideal, e mesmo sob forte vigília dos órgãos fiscalizadores,
prefeitos de muitas cidades cearenses continuam nomeando parentes para os mais
diversos cargos em suas administrações.
O Ministério Público do Ceará e o Tribunal de Contas do Estado têm
entrado nessas questões, promovendo ações para inibir essa farra das indicações
de familiares nas prefeituras do Ceará.
Um levantamento feito entre os dez maiores e os dez menores municípios
do Estado, constatou que as indicações são feitas tanto para cargos de
secretários, como para os chamados comissionados.
No levantamento foram verificados casos de familiares de gestores nas
prefeituras de Caucaia, Maracanaú, Juazeiro do Norte, Reriutaba, Itapipoca,
Pacatuba, Pedra Branca, Iguatu,
dentre outros.
Em Iguatu, o prefeito de Iguatu, Ednaldo Lavor (PDT), nomeou o irmão,
Francisco Valdemir Lavor para o cargo de supervisor especial de transportes, lotado
na Secretaria de Governo.
O caso chegou ao conhecimento do Ministério Público, que tomou as
medidas cabíveis. De acordo com o secretário de Governo, Tácido Cavalcante, o
irmão do prefeito já foi exonerado do cargo, assim como outros parentes do
prefeito que estavam na gestão. “Atendemos à orientação do Ministério Público,
mesmo compreendendo que não há impedimento legal”, disse.
Em Quixadá, no Sertão Central, o prefeito Hilário Marques (PT) foi alvo
de uma ação civil pública pelo Ministério Público, por nepotismo. Em 2017, o
gestor que à época era presidente do Consórcio Público de Saúde, designou
Milton Xavier, genro dele, para ocupar o cargo comissionado de diretor
executivo do consórcio.
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