Policiais dispararam contra
criminosos que tentavam assaltar dois bancos na cidade de Milagres - Seis
pessoas que eram mantidas reféns morreram
Carro em que vítima estava junto
com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres
A Justiça do Ceará aceitou nesta segunda-feira (20) a denúncia do
Ministério Público do Ceará que aponta 19 policiais militares como envolvidos no
massacre em Milagres, que matou 14 pessoas em dezembro de 2018.
Conforme a denúncia, os policiais dispararam contra um grupo criminoso
que tentava assaltar duas agências bancárias no Centro de Milagres, no interior
do Ceará, matando oito assaltantes e seis pessoas que eram mantidas reféns. Dos
seis reféns mortos, cinco eram da mesma família.
Conforme a investigação, as lesões que causaram as mortes de cinco
reféns foram provocadas por disparos de fuzil efetuados por policiais.
A denúncia aponta também a participação de policiais nas mortes de oito
integrantes do bando responsável pela tentativa de assalto.
Na data do crime, em sobreviventes do tiroteio haviam afirmado que os
tiros que mataram as 14 pessoas foram disparados pelos policiais.
"Militares foram logo atirando", afirmou a mãe de uma das vítimas.
Além das 14 pessoas mortas, oito suspeitos de assalto a banco foram
presos. Os policiais acusados foram afastados das funções.
Tentativa de apagar provas - Além de homicídio, os policiais são
acusados de fraude processual, já que, conforme a denúncia, os policiais
tentaram apagar as provas da ação. Segundo o Ministério Público, as imagens de
uma câmera de segurança que captou o tiroteio "foi formatado duas vezes
pelos policiais na manhã do dia 7 de dezembro de 2018".
Além do recebimento da denúncia por homicídio doloso e fraude
processual, o MPCE solicitou à Justiça a suspensão do exercício das funções
públicas de todos os representados. Os acusados receberam prazo de dez dias
para responder, por escrito, às acusações.
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