segunda-feira, 20 de maio de 2019

Morte de assaltantes e reféns - Dezenove policiais são denunciados por envolvimento na morte de reféns durante assalto a banco no Ceará

Policiais dispararam contra criminosos que tentavam assaltar dois bancos na cidade de Milagres - Seis pessoas que eram mantidas reféns morreram

Carro em que vítima estava junto com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres, no Ceará — Foto: Antônio Rodrigues/G1
Carro em que vítima estava junto com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres

A Justiça do Ceará aceitou nesta segunda-feira (20) a denúncia do Ministério Público do Ceará que aponta 19 policiais militares como envolvidos no massacre em Milagres, que matou 14 pessoas em dezembro de 2018.
Conforme a denúncia, os policiais dispararam contra um grupo criminoso que tentava assaltar duas agências bancárias no Centro de Milagres, no interior do Ceará, matando oito assaltantes e seis pessoas que eram mantidas reféns. Dos seis reféns mortos, cinco eram da mesma família.
Conforme a investigação, as lesões que causaram as mortes de cinco reféns foram provocadas por disparos de fuzil efetuados por policiais.
A denúncia aponta também a participação de policiais nas mortes de oito integrantes do bando responsável pela tentativa de assalto.
Na data do crime, em sobreviventes do tiroteio haviam afirmado que os tiros que mataram as 14 pessoas foram disparados pelos policiais. "Militares foram logo atirando", afirmou a mãe de uma das vítimas.
Além das 14 pessoas mortas, oito suspeitos de assalto a banco foram presos. Os policiais acusados foram afastados das funções.

Tentativa de apagar provas - Além de homicídio, os policiais são acusados de fraude processual, já que, conforme a denúncia, os policiais tentaram apagar as provas da ação. Segundo o Ministério Público, as imagens de uma câmera de segurança que captou o tiroteio "foi formatado duas vezes pelos policiais na manhã do dia 7 de dezembro de 2018".
Além do recebimento da denúncia por homicídio doloso e fraude processual, o MPCE solicitou à Justiça a suspensão do exercício das funções públicas de todos os representados. Os acusados receberam prazo de dez dias para responder, por escrito, às acusações.

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