quarta-feira, 8 de maio de 2019

Nove policiais militares viram réus por extorquir até R$ 20 mil de empresários no Ceará


Para o Ministério Público, havia 'quadrilha' dentro da Polícia Militar do Ceará que exigia dinheiro de empresários na região Norte do estado

Policiais foram presos durante operação em Sobral — Foto: Maristela Gláucia/Sistema Verdes Mares
Policiais foram presos durante operação em Sobral

Nove policiais militares do Batalhão da Polícia do Meio Ambiente (BPMA), presos por extorsão e outros crimes no interior do Ceará, viraram réus no processo. A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) de 26 de abril deste ano. Para o órgão, existia uma "quadrilha" dentro da Polícia Militar do Ceará (PMCE) que exigia até R$ 20 mil de empresários na região Norte do estado e, para ser atendida, ameaçava apreender materiais, fechar estabelecimentos ou prender e matar.
Viraram réus o tenente-coronel Paulo de Tasso Marques de Paiva (comandante da unidade do BPMA de Sobral); o major Francisco Marcelo Nantuã Beserra; os sargentos Raimundo Nonato Cruz; Jorge Luís de Sousa; Marcelo Cristiano de Melo; Reginaldo Bento de Araújo; Antônio Barbosa Filho e Décio Alves Fernandes; e o soldado Pablo Weslly Cavalcante de Sousa (filho do sargento Jorge Luís).
Os policiais foram presos na Operação Espanta Raposa, realizada pelo MPCE em 28 de março, nos municípios de Sobral e Tianguá, no Norte do estado. Mandados foram cumpridos nas residências dos investigados e em quartéis da Polícia Militar.

Caso caminhoneiro

Nove policiais foram presos em esquema de extorsão de empresário no Ceará — Foto: Maristela Gláucia/G1
Nove policiais foram presos em esquema de extorsão de empresário no Ceará

Na decisão obtida pelo G1, a juíza da Auditoria Militar do Ceará citou 20 ações criminosas cometidas pelo grupo de PMs. Em uma delas, o "Caso Caminhoneiro", a investigação descobriu, por meio de conversa interceptada com autorização judicial, o sargento Jorge Luís acertou com um caminhoneiro - que tinha como destinos Tianguá e Viçosa do Ceará - a entrega de dinheiro, relógios e armações de óculos, em 28 de dezembro do ano passado.
O tenente-coronel preso foi identificado em pelo menos duas situações de concussão (exigir vantagem indevida) e corrupção passiva, o que ficou conhecido no processo como "Cobranças de Paulo de Tasso". Ainda conforme o Ministério Público, em janeiro, o militar ameaçou um policial subalterno ao cobrar uma comissão irregular. O crime foi repetido em 7 de fevereiro. A denúncia foi aceita na íntegra.

Prisões mantidas - No mesmo dia em que viraram réus, sete policiais tiveram os pedidos de revogação da prisão e de aplicação de medidas cautelares alternativas analisados pela Justiça. Seis deles tiveram as solicitações negadas e continuam presos: o tenente-coronel Paulo de Tasso Paiva, o major Francisco Marcelo Nantuã e os sargentos Marcelo Melo, Reginaldo Bento, Antônio Barbosa e Décio Fernandes.

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