sexta-feira, 17 de maio de 2019

OPERAÇÃO DO MPCE - 'Dono da cadeia' na CPPL V construiu fortuna de dentro da prisão e promoveu Réveillon com churrasco

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Cláudio Aritana ensinava outros presos a aplicar golpes com celulares, de dentro da cadeia

Principal alvo da operação “Laranjas”, deflagrada nesta sexta-feira (17) pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), o estelionatário Cláudio Aritana Lopes Santos construiu uma fortuna de mais de R$ 4 milhões dentro da Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL V), no município de Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza, ao montar uma rede de golpes por celular com outros internos. O homem era conhecido como “dono da cadeia” e chegou a promover festa de Réveillon com churrasco e whisky. Atualmente, ele está preso em São Paulo.
Usando amantes como laranjas do esquema de extorsão e lavagem de dinheiro, o criminoso adquiriu bens como apartamentos, veículos e uma lotérica durante o período em que cumpriu pena. 
Os golpes começaram com falsos sequestros por telefone e depois passaram a ter lotéricas como alvo. Ele também vendia drogas e celulares dentro do presídio, e lavava dinheiro com a compra de imóveis e outros bens, em nome de amantes e parentes. Aritana também treinou outros presos e montou uma rede de estelionatários dentro da prisão. 

Corrupção de agentes e festa de Réveillon - Como líder dentro da unidade, o criminoso passou a corromper agentes penitenciários e tinha poder sobre eles. 
“Ele se tornou o maior gestor do presídio, porque passou a também corromper agentes penitenciários”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Plácido Rios. 
“Ele chegava a ter uma posição de poder em relação aos agentes penitenciários. Ninguém podia tocar no Aritana, mandar no Aritana. Ele corrompia e tinha muito poder dentro da cadeia. Por isso, a expressão ‘dono da cadeia’. Tudo que ele pedia, queria, era permitido. Ele fez uma festa de Réveillon dentro do presídio, com gelo, whisky, churrasco”, completou o promotor Humberto Ibiapina.
Com o dinheiro adquirido por meio de transferências criminosas, Aritana comprou 10 apartamentos, dois carros e uma lotérica. A compra da lotérica ajudou o estelionatário a intensificar o esquema, aplicando golpes mais lucrativos. 
Foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão em Fortaleza, Quixadá e São Paulo. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas como integrantes da associação criminosa.
Em Fortaleza, o alvo da operação foi um cartório clandestino que funcionava no Centro. No local eram elaboradas escrituras públicas de imóveis adquiridos no esquema e registrados em nomes de parentes de Aritana. Já em Quixadá e São Paulo, foram cumpridos mandados nas casas de amantes do criminoso.

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