Cláudio Aritana ensinava outros
presos a aplicar golpes com celulares, de dentro da cadeia
Principal alvo da operação “Laranjas”, deflagrada nesta sexta-feira
(17) pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), o estelionatário Cláudio Aritana
Lopes Santos construiu uma fortuna de mais de R$ 4 milhões dentro da Casa de
Privação Provisória de Liberdade (CPPL V), no município de Itaitinga, Região
Metropolitana de Fortaleza, ao montar uma rede de golpes por celular com outros
internos. O homem era conhecido como “dono da cadeia” e chegou a promover festa
de Réveillon com churrasco e whisky. Atualmente, ele está preso em São Paulo.
Usando amantes como laranjas do esquema de extorsão e lavagem de
dinheiro, o criminoso adquiriu bens como apartamentos, veículos e uma lotérica
durante o período em que cumpriu pena.
Os golpes começaram com falsos sequestros por telefone e depois
passaram a ter lotéricas como alvo. Ele também vendia drogas e celulares dentro
do presídio, e lavava dinheiro com a compra de imóveis e outros bens, em nome
de amantes e parentes. Aritana também treinou outros presos e montou uma rede
de estelionatários dentro da prisão.
Corrupção de agentes e festa de
Réveillon - Como líder dentro da
unidade, o criminoso passou a corromper agentes penitenciários e tinha poder
sobre eles.
“Ele se tornou o maior gestor do presídio, porque passou a também
corromper agentes penitenciários”, afirmou o procurador-geral de Justiça,
Plácido Rios.
“Ele chegava a ter uma posição de poder em relação aos agentes
penitenciários. Ninguém podia tocar no Aritana, mandar no Aritana. Ele
corrompia e tinha muito poder dentro da cadeia. Por isso, a expressão ‘dono da
cadeia’. Tudo que ele pedia, queria, era permitido. Ele fez uma festa de
Réveillon dentro do presídio, com gelo, whisky, churrasco”, completou o
promotor Humberto Ibiapina.
Com o dinheiro adquirido por meio de transferências criminosas, Aritana
comprou 10 apartamentos, dois carros e uma lotérica. A compra da lotérica
ajudou o estelionatário a intensificar o esquema, aplicando golpes mais
lucrativos.
Foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão em Fortaleza,
Quixadá e São Paulo. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas como integrantes da
associação criminosa.
Em Fortaleza, o alvo da operação foi um cartório clandestino que
funcionava no Centro. No local eram elaboradas escrituras públicas de imóveis
adquiridos no esquema e registrados em nomes de parentes de Aritana. Já em
Quixadá e São Paulo, foram cumpridos mandados nas casas de amantes do
criminoso.
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