Várias pacientes do médico, que
também é prefeito do município, denunciaram o profissional por abusos sexuais
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Hosé Hilson de Paiva é expulso do
partido após denúncias de que ele abusou de dezenas de mulheres durante
atendimento ginecológico
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) decidiu
pela interdição cautelar do médico e prefeito afastado de Uruburetama José
Hilson Paiva. A decisão, definida por unanimidade, tem efeito imediato e impede
que Hilson exerça a profissão de médico por seis meses. O prazo pode ser
prorrogado por igual período. A determinação foi definida em reunião do Cremec
na última segunda-feira (15) e divulgada nesta terça-feira (16), em Fortaleza.
José Hilson é investigado por suspeita de praticar abusos contra
mulheres em seus consultórios médicos há várias décadas. Vídeos dos abusos,
filmados pelo próprio médico durante consultas ginecológicas, foram analisados
por profissionais da Associação Médica Brasileira, que confirmaram que as
imagens "demonstram claramente um estupro".
As gravações mostram Hilson com a boca nos seios de mulheres sob o
pretexto de estar tirando secreção e penetrando as pacientes, alegando que
precisava "desvirar" o útero delas.
O Ministério Público ouviu o relato de seis das vítimas e acompanha o
caso.
Sindicância contra o médico
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Médico e prefeito de Uruburetama
filmava pacientes enquanto cometia abusos sexuais
Após a repercussão dos fatos, o Cremec convocou reunião plenária e
divulgou a determinação. Um processo para apuração dos casos foi instaurado e
pode resultar na perda definitiva do direito do médico de exercer a profissão.
O processo para a apuração dos fatos dentro da seara do Conselho é
abrir uma sindicância e, havendo comprovação de transgressão ética do
profissional, é instaurado um processo ético-profissional contra o médico para
uma análise mais aprofundada do caso.
"O médico tem direito a ampla defesa, a parte que denuncia tem
direito também de produzir provas. Isso resulta num julgamento. Em média, entre
a instauração da sindicância e o julgamento, em virtude desses diversos prazos
processuais que são concedidos, dura em torno de dois anos".
A decisão pela interdição cautelar, definida antes do julgamento do
profissional, é um recurso usado em casos em que há ameaça grave da
continuidade da prática e possibilidade de prejuízo à população.
Segundo o Cremec, a determinação foi encaminhada para publicação no
Diário Oficial da União. O Conselho também enviou equipes a Uruburetama para
notificação do médico e prefeito, agora afastado, do município.
Ações contra o prefeito
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Câmara de Uruburetama vota pelo
afastamento do prefeito suspeito de abusar de dezenas de mulheres
Além da interdição da profissão de medicina, órgãos estabeleceram as
seguintes medidas contra o prefeito José Hilton de Paiva:
O PCdoB, partido ao qual era filiado, expulsou o político da sigla.
Os vereadores de Uruburetama afastaram o prefeito do cargo pelo período
de 90 dias.
O Conselho Cearense de Ginecologia e Obstetrícia não reconhece a
especialidade de ginecologista do médico.
Intimidação das vítimas.
Prefeito de Uruburetama é expulso de partido político.
Mulheres que denunciaram abusos sexuais sofridos durante consultas
realizadas pelo médico José dizem que foram ameaçadas por aliados políticos
dele. Segundo as vítimas, vereadores passaram a ameaçar a integridade física
das ex-pacientes do prefeito desde que as revelações dos abusos vieram à tona.
As vítimas do médico afirmam que alguns vereadores que apoiavam o então
prefeito realizaram ameaças para que as acusações fossem retiradas.
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