Investigação do Ministério
Público e da Polícia Civil revelou os crimes da quadrilha
Natália Orosco, Cristian Davi e
Davi Orosco eram os "cabeças" da organização criminosa que chegou a
montar vários escritórios e uma rede de cobradores
A prisão de três colombianos na semana passada no Ceará, durante a
“Operação Préstimos”, levou as autoridades da Polícia Civil e do Ministério
Público a descobrir uma verdadeira máfia que se instalou no Ceará, unido
cearenses e estrangeiros para a montagem e funcionamento de uma organização
criminosa cujo principal objetivo é o enriquecimento ilícito através de
agiotagem e outros delitos como estelionato, lavagem de dinheiro, crime contra
economia popular e associação criminosa, além de ameaça.
De acordo com o promotor de Justiça, Jairo Pereira Pequeno Neto, da
Comarca de Pentecoste, um dos “braços” ou “célula” desta organização criminosa
que se instalou no Ceará era responsável sozinho por atuar em nove Municípios
cearenses, todos localizados na região do Vale do Curu, litoral Oeste e na
Região Metropolitana de Fortaleza. São
eles: São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Paraipaba, General Sampaio, São Luís
do Curu, Tururu, Apuiarés, Umirim e Itapajé.
A quadrilha tinha como “cabeças” os colombianos Davi Orosco, sua
mulher; Natália Orosco, além de Cristian Davi. Já um casal de cearenses,
identificados como Davi e Natália, atuava como gerentes dos negócios ilícitos,
que contava também com uma rede de cobradores em motocicletas, que,
diariamente, percorriam as cidades, cobrando de “porta em porta”, o pagamento
de juros de quem tomava empréstimos aos colombianos.
O grupo instalou, ao menos, dois escritórios do crime, um deles no
Distrito de Croatá, em São Gonçalo do Amarante; e o outro em Paraipaba, e até
criou um aplicativo no celular para calcular os juros a serem pagos diariamente
pelos endividados. Ameaças e constrangimento eram diários para quem pediu
dinheiro emprestado. Durante a “Operação Préstimos”, ao menos, 11 pessoas foram
presas, incluindo os três colombianos e oito cearenses.
Fiança pesada - Os colombianos Davi Orosco e Cristian
Davi já estão soltos. Cada um teve que pagar individualmente uma fiança no
valor de RS 50 mil, determinada pelo juiz de Direito, Caio Lima Barroso, que
havia expedido os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. Outros dois suspeitos foram presos em
flagrante.
Já a colombiana Natália Orosco, que tem um filho de 12 anos de idade
com dupla nacionalidade (colombiana e americana), foi solta mediante a
aplicação de uma medida cautelar diferente da prisão, através do uso de
tornozeleira eletrônica.
O promotor revela, ainda, que o negócio estava se tornando milionário
para os colombianos e seus comparsas. O dinheiro arrecadado diariamente ia para
um caixa que serviria para a ampliação da agiotagem em todo o estado. A quadrilha teria movimentado somente nos
últimos dois meses cerca de R$ 2 milhões em empréstimos com jutos extorsivos.
Durante a operação, a Polícia Civil apreendeu com os envolvidos vários
automóveis e motocicletas que eram usados nas cobranças e uso pessoal. O grupo estava atuando nas cidades do Vale do
Curu há cerca de um ano e meio.
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