Crimes eram cometidos na região
do Conjunto Ceará, em Fortaleza
Justiça nega soltura de policiais
acusados de cobrar propina para liberar traficantes no Ceará
A Auditoria Militar do Ceará negou liberdade a dois sargentos da
Polícia Militar do Ceará (PMCE), acusados de extorsão contra criminosos e
corrupção. Os PMs são apontados como integrantes de uma quadrilha formada
dentro do 17º Batalhão de Polícia Militar, que cometia crimes na região do
Conjunto Ceará, em Fortaleza, enquanto estavam em serviço.
Glaydson Eduardo Saraiva e Jeovane Moreira Araújo estão presos
preventivamente desde 10 de janeiro.
Os dois militares que tiveram a liberdade negada foram presos na
companhia de mais dois sargentos da Polícia Militar, além de outro homem. O
grupo estava em um carro policial após sequestrar um suspeito de tráfico de
drogas, na Avenida Osório de Paiva, em Fortaleza, em 1º de agosto de 2017.
O traficante, que estava com drogas, foi liberado apenas após o
pagamento de propina. O processo corre sob sigilo de Justiça.
Liberação de presos
De acordo com o MPCE, a
organização criminosa tem envolvimento com outros crimes correlatos de drogas e
homicídios
Os militares foram presos em flagrante em 2017, durante as
investigações do Ministério Público do Ceará (MPCE) e da Controladoria Geral de
Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) contra
um esquema criminoso de liberação de presos, que depois resultariam na Operação
Saratoga.
A decisão da Auditoria Militar atendeu o parecer do MPCE de negar o
pedido da defesa para o relaxamento da prisão. O juiz considerou os indícios de
autoria e materialidade contra os denunciados, a garantia da ordem pública, a
conveniência da instrução criminal, a periculosidade dos acusados e a aplicação
da lei penal militar e das normas e princípios de hierarquia e disciplina
militares.
A prisão dos policiais ocorreu durante levantamentos da Operação
Saratoga, realizada em dezembro de 2017, com o objetivo de desarticular um
esquema criminoso de liberação de presos em flagrante, que envolvia um delegado
e um escrivão da Polícia Civil, PMs, uma advogada e membros de uma facção
criminosa.
Gleydson
Saraiva e Jeovane Moreira Araújo também respondem a um roubo no Tribunal de
Justiça do Ceará (TJCE). A dupla conseguiu o relaxamento da prisão pelo crime,
em maio deste ano, ao alegar excesso na formação da culpa. O processo também
está sigiloso.
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