quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Gerentes são presos suspeitos de integrar organização que desviou R$ 59 milhões de banco

Os gerentes bancários afirmaram, em depoimento à polícia, que foram sequestrados e obrigados a realizar as transações financeiras

Imagens de câmera de segurança que fazem parte das investigações da polícia mostram suspeitos em hotel em agosto de 2019 — Foto: Reprodução
Imagens de câmera de segurança que fazem parte das investigações da polícia mostram suspeitos em hotel em agosto de 2019

Dois gerentes do Banco do Brasil foram presos nesta quinta-feira (29), no município de Pentecoste, interior do Ceará, por supostamente integrarem uma organização criminosa interestadual que desviou R$ 59 milhões da instituição. Segundo a polícia, os bancários forjaram o próprio sequestro para justificar a realização de transações financeiras suspeitas entre uma agência da cidade cearense de General Sampaio e uma conta no estado de São Paulo.
Além dos gerentes Pedro Eugênio Leite e Celso Luiz Grillo de Lucca, outros membros do grupo foram detidos no interior de São Paulo, e um em General Sampaio.
Em nota, o Banco do Brasil afirmou que detectou a atuação dos fraudadores e comunicou os fatos às autoridades.
Conforme o diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), Marcos Aurélio de França, o setor de inteligência do banco descobriu o golpe, no qual criminosos criaram um débito na agência de General Sampaio e creditaram a quantia integralmente em uma conta poupança no estado de São Paulo, auxiliados por funcionários do banco. Com o crédito na conta, os operadores passaram a fazer a “pulverização dos valores”.
Dois homens e uma mulher foram detidos no dia 23, na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, enquanto faziam operações financeiras. Na ocasião, foi verificado que um dos presos havia recebido em sua conta R$ 59.998.765,00. O dinheiro, segundo as investigações, foi desviado por meio de aviso de crédito feito pelos gerentes.
Também no dia 23, foi preso um homem identificado como Jefferson Alves. Com o andamento das investigações, Jefferson revelou a participação de Pedro Eugênio Leite e Celso Luiz Grillo de Lucca, responsáveis pelas agências de General Sampaio e Tejuçuoca, no esquema criminoso.
Confrontados sobre suas participações na liberação dos valores, os bancários afirmaram que teriam sido sequestrados e estavam agindo sob ameaça. De acordo com a Polícia Civil, os gerentes alegaram que foram coagidos, durante três dias, a realizarem a transação financeira. Entretanto, conforme os investigadores, “os fatos não sustentam tal versão”.
A investigação contou com a participação da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) e do Departamento de Polícia Especializada (DPE), da Polícia Civil do Ceará, comandadas pelos delegados Jaime Paula Pessoa Linhares e Eduardo Tomé, respectivamente.

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