terça-feira, 27 de agosto de 2019

Oito policiais militares presos em operação contra esquema de extorsão são soltos pela Justiça no Ceará

PMs denunciados por uma série de crimes na Região Norte do Ceará terão que cumprir medidas cautelares substitutas à prisão

Policiais do Batalhão Ambiental foram presos durante operação em Sobral.  — Foto: Maristela Gláucia/Sistema Verdes Mares
Policiais do Batalhão Ambiental foram presos durante operação em Sobral

A Auditoria Militar, da Justiça Estadual, decidiu soltar, na última segunda-feira (26), os oito policiais militares suspeitos de participar de um esquema de extorsão que estavam presos desde a "Operação Espanta Raposa", em março deste ano. Os PMs denunciados por uma série de crimes na Região Norte do Ceará terão que cumprir medidas cautelares substitutas à prisão. O nono militar acusado de participar do esquema criminoso já estava em liberdade.
A decisão foi tomada por um Conselho Especial de Justiça, em uma audiência. O juiz de Direito seguiu o Ministério Público do Ceará (MPCE) e foi o único a votar pela manutenção das prisões; enquanto quatro juízes militares (oficiais da Polícia Militar do Ceará) votaram pela revogação das medidas, por entender que a liberdade dos colegas de farda não irá prejudicar o andamento do processo.
O tenente-coronel Paulo de Tasso Marques de Paiva, o major Francisco Marcelo Nantuã Beserra e os sargentos Raimundo Nonato Cruz, Jorge Luís de Sousa, Marcelo Cristiano de Melo, Reginaldo Bento de Araújo, Antônio Barbosa Filho e Décio Alves Fernandes foram soltos ainda na noite de segunda-feira (26).
O Conselho Especial decidiu, por unanimidade, que os oito PMs estão proibidos de acesso à qualquer unidade da Polícia Militar, em qualquer horário, salvo quando requisitado pelo Comando Geral, oficialmente e por escrito; proibidos de manter contato com as vítimas e testemunhas arroladas na denúncia do MPCE, por qualquer meio; e proibidos do uso de farda e de arma de fogo.
O soldado Pablo Weslly Cavalcante de Sousa, filho do sargento Jorge Luís (também acusado), já estava em liberdade, com aplicação de medidas cautelares, desde que a Justiça aceitou a denúncia e o grupo de policiais militares virou réu, no dia 26 de abril último.

Crimes cometidos - Os policiais militares são acusados de cometer vários crimes no Batalhão da Polícia do Meio Ambiente (BPMA) de Sobral, como concussão (exigir vantagem indevida) e corrupção passiva. Conforme documentos, os PMs exigiam até R$ 20 mil de empresários da Região Norte e os ameaçavam de apreender material, fechar estabelecimentos e ainda em prender ou matá-los.
A investigação encontrou ao menos 12 vítimas do suposto esquema criminoso. As empresas que teriam sido extorquidas atuam na extração mineral de areia e barro; extração de madeira; produção e comércio de carvão; produção de camarão; produção de pães; pesca de lagosta; extração mineral de pedras; terraplanagens; e transporte de entulhos. E estão localizadas nos municípios de Chaval, Camocim, Granja, Martinópole, Itarema, Cruz e Senador Sá.

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