Vendedora de 23 anos afirma que
teria ido registrar boletim de ocorrência para desbloquear o celular, quando
foi chamada para dentro de uma sala na Delegacia Sede de Guarujá
Jovem relata que policial a
chamou para uma sala dentro da delegacia e chegou a passar a mãe nela em Guarujá
Uma vendedora de 23 anos acusa um policial civil de assedia-la dentro
de uma delegacia em Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a jovem, ela
compareceu ao distrito para notificar o encontro do seu celular, que estava
perdido, e desbloquear o aparelho. O policial teria acessado fotos íntimas da
vítima sem permissão e a obrigou a tocá-lo. O caso é investigado pela
Corregedoria da Polícia Civil.
A vendedora relatou que havia perdido o celular em uma festa em maio
deste ano, registrando boletim de ocorrência para bloqueá-lo. No dia seguinte,
conseguiu recuperar o aparelho e compareceu na Delegacia Sede de Guarujá para
solicitar o desbloqueio.
No local, teria sido atendida por um policial e relatado o ocorrido.
Conforme conta, o agente pediu que ela colocasse a senha no celular e o
entregasse. "Ele entrou com o meu celular em uma sala, demorou alguns
minutos e voltou, me chamando para entrar na sala".
A jovem relata que dentro do ambiente o policial afirmou que tinha
acessado a galeria de imagens dela e visto suas fotos íntimas. "Ele olhou
algo pessoal sem a minha permissão. Me mostrou que olhou e começou a perguntar
se eu aguentava ele, se eu queria prová-lo, fez eu passar a mão nele, isso tudo
dentro da delegacia e eu fiquei sem reação".
Vendedora registrou boletim de
ocorrência contra policial em Guarujá
O agente teria dito a ela palavras obscenas. "Eu pedia o celular e
ele não devolvia. Falava coisas bem absurdas. Em um dos momentos, ele levou a
minha mão até o pênis dele e falou: 'olha como está duro'. Fiquei assustada e
quando consegui pegar o celular e sair, ele ainda passou a mão em mim. Eu acho
que um cara desse jamais deveria estar em uma posição de policial. Em uma
delegacia onde vamos atrás de segurança, da preservação dos nossos direitos, e
acontecer algo assim, é muito complicado".
Denúncia - A vendedora conta que saiu da delegacia
abalada e chorando. Ao parar em um ponto de ônibus próximo ao local, encontrou
uma amiga que a incentivou a relatar o ocorrido ao delegado.
"Foi quando voltei e registrei um boletim sobre o caso. Após dois
meses ele me retornou afirmando que o caso era sério e enviaria à Corregedoria.
Mas o caso foi silenciado. Até que, mês passado, depois de eu tanto insistir,
eles verificaram e me comunicaram da primeira audiência. Acho que estavam
tentando abafar o caso".
Ela conta que o celular foi entregue para perícia e que o policial nega
os fatos. "Eu não calei e não vou me calar. Claro que estou com medo, mas
quando policiais fazem isso com nós mulheres, não podemos nos calar, temos que
ter coragem e encarar. Porque o jeito que ele agiu comigo foi totalmente
natural, como se ele estivesse na sala da casa dele e eu não conseguia sair lá
de dentro".
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que a denúncia foi
registrada pela Delegacia Sede do Guarujá e encaminhada à 6ª Corregedoria
Auxiliar de Santos, que apura todas as circunstâncias relacionadas aos fatos.
Crime teria ocorrido na Delegacia
Sede de Guarujá (SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário