quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Canonização de Irmã Dulce não influencia reabilitação do Pe. Cícero

A canonização de Irmã Dulce reacendeu o debate sobre a reabilitação do Padre Cícero. Proclamado "santo" pelos romeiros, o processo sobre o fundador de Juazeiro do Norte permanece, desde 2007, na Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma. De lá para cá, uma carta, enviada em outubro de 2015, pelo secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, endereçada à Diocese de Crato, devolveu esperanças aos fiéis. Após quase quatro anos, não houve mais nenhuma novidade.

Milagres da hóstia - O fenômeno que mudou para sempre a história do Padre Cícero aconteceu, pela primeira vez, em 1889, quando a hóstia se transformou em sangue na boca da beata Maria de Araújo, em missa celebrada por ele na então Capela de Nossa Senhora das Dores. O episódio voltou a acontecer inúmeras vezes. Por acreditar no suposto milagre, Padre Cícero teve as ordens suspensas pela Igreja em 1894 e, até hoje, não as recuperou.
Após sua morte, a luta pela reabilitação - recuperação das ordens - só teve inicio em 2001, quando o bispo Dom Fernando Panico assumiu a Diocese de Crato. Na época, foi criada uma comissão para estudar o milagre e a vida do sacerdote. Com ajuda de pesquisadores, historiadores, teólogos e psicólogos, um relatório foi entregue, em 2007, ao então papa Bento XVI.

Os passos para a Canonização - Antes de ser canonizado, ou seja, reconhecido como “Santo” pela Igreja, o candidato precisa se tornar “Beato”. No caso do Padre Cícero, antes de iniciar este processo, sua reabilitação teria que ser aprovada na Congregação para a Doutrina da Fé. De lá, a Causa é analisada pela Congregação para as Causas dos Santos que, se aceita, emite o ‘Nihul Obstat’, o 'Nada Obsta', documento onde afirma que não se opõe ao processo. Ali, o postulante é nomeado “Servo de Deus”.
Na fase inicial, os teólogos investigam as virtudes, detalhando as circunstâncias da morte. A comprovação de um milagre, necessária para a beatificação, é dispensada no caso de martírio. Depois, o pedido é analisado pela comissão de cardeais e, se aprovado, aguarda a chancela do papa. Após se tornar "Beato", a Igreja exige a comprovação de um novo milagre para aprovar a canonização. Os critérios para sua veracidade são ser preternatural (a ciência não consegue explicar), instantâneo (logo após a oração), duradouro e perfeito.

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