Anderson Henrique da Silva
Rodrigues desapareceu no dia 11 de junho de 2019, data na qual ele foi abordado
por policiais militares em Horizonte - Testemunhas afirmam terem visto os PMs
torturarem o jovem
Maria Cristiane da Silva, mãe de
Anderson, acredita que o filho está morto e que o caso ficará impune
O que aconteceu com Anderson Henrique da Silva Rodrigues? Há quase
cinco meses, a família do jovem de 20 anos faz esta e outras perguntas. Para os
mais próximos de Anderson, o fato de ele ter sido visto pela última vez no dia
11 de junho de 2019 não foi porque ele optou por não ver e nem falar mais com
amigos e familiares. Quem conhecia o jovem e o viu naquele dia tem a certeza que
ele foi morto por policiais.
São quase 150 dias desde que Anderson Henrique foi abordado por
policiais do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas
(CPRaio), em Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). De acordo com
testemunhas, foram ouvidos gritos de Anderson pedindo por ajuda.
Cinco meses depois, permanece a suspeita que os agentes tenham
torturado o jovem até a morte, e depois desovado o corpo dele. Até o último dia
23 de outubro de 2019, a Polícia Militar do Ceará (PMCE) tinha se posicionado
afirmando que os militares envolvidos no caso permaneciam afastados das suas
funções nas ruas, e exercendo atividades administrativas.
A Polícia Militar informou que acerca do "Caso Anderson" foi
instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) por parte do Comando do CPRaio.
Os fatos também seguem sendo apurados pela Controladoria Geral de Disciplina
dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Descaso - Para Maria Cristiane da Silva Leitão, mãe
de Anderson, nada que os órgãos públicos vêm fazendo a conforta. Cristiane
pontua que, mesmo meses depois, continua recebendo as mesmas respostas de
quando o desaparecimento ainda era recente. Se antes ela tinha esperanças de,
pelo menos, encontrar o corpo e enterrar o filho de forma digna, agora, nem
mais acredita na Justiça e punição devida aos culpados.
Na versão da Polícia Militar do Ceará, a composição policial que
abordou Anderson Henrique no dia 11 de junho de 2019 realizou busca minuciosa
e, quando nada de ilícito foi encontrado com ele, o suspeito foi liberado, e a
equipe retornado ao patrulhamento de rotina. Pessoas que presenciaram a
abordagem contam outra versão. Os denunciantes dizem que o jovem foi agredido e
teve a sua casa invadida. Horas depois, já teria saído de lá morto, e o corpo
posto dentro de uma viatura.
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