Agentes de segurança são
suspeitos de crimes como extorsão, tráfico de drogas, ameaça e receptação
Controladoria Geral de Disciplina
apura crimes cometidos por agentes de segurança no Ceará
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e
Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) já realizou seis prisões, sendo cinco de
policiais militares e uma de agente penitenciário, nas duas primeiras semanas
de 2020. Os nomes dos suspeitos não foram revelados.
O número já equivale a 27,2% do total de detenções registradas pela CGD
em 2019, que foi de 22. Em todo o ano de 2018, o órgão efetuou 27 prisões de
policiais e agentes penitenciários.
Dentre as prisões realizadas neste ano, apenas uma foi em cumprimento a
mandado judicial. Um policial militar foi capturado na segunda-feira (13) por
suspeita de homicídio, no município de Cruz.
As outras detenções foram flagrantes. Uma abordagem da Polícia Militar
no Bairro Montese, em Fortaleza, em 3 de janeiro, resultou na prisão de um
agente penitenciário e de um sargento da PM. A dupla foi levada à Delegacia de
Assuntos Internos (DAI), da CGD, e autuada por receptação, porte ilegal de arma
de fogo e comercialização de arma de fogo.
No dia seguinte, outro sargento da PM foi preso por suspeita de disparo
de arma de fogo em via pública. Já em 7 de janeiro, uma investigação policial
resultou na detenção de um policial militar por receptação e adulteração de
veículo automotor.
Suspeito de extorsão - Um soldado da Polícia Militar que já era
investigado por extorsão a traficantes foi detido pela própria Corporação, no
Bairro Boa Vista, em Fortaleza, no dia 8 de janeiro.
Com o policial militar foram apreendidos um carro adulterado, 135
gramas de cocaína, R$ 11.281 em espécie, um revólver sem registro, munição e
dois rastreadores veiculares portáteis. Ele foi autuado por tráfico de drogas,
porte ilegal de arma de fogo, ameaça e receptação, segundo a CGD. E no dia 10,
foi decretada a prisão preventiva do militar pela Justiça.
Durante a abordagem, o soldado proferiu ameaças a um coronel, um
tenente e outros policiais, que não estavam no local. “Pode demorar, mas quando
eu me soltar, eu vou caçar um por um”, prometeu o preso, segundo um PM que
realizou a detenção, em depoimento prestado à Controladoria.
O soldado já era alvo de duas investigações por extorsão a traficantes,
junto de outros dois policiais militares. A Polícia Civil identificou, a partir
de interceptação telefônica autorizada pela Justiça, que o grupo de PMs
negociou, com familiares de um traficante, a liberação do mesmo no ano passado.
Na ocasião, os agentes de segurança apreenderam uma arma de fogo e droga, que
não foram apresentados à delegacia.
Em outro caso, a mesma equipe da PM é suspeita de extorquir R$ 6 mil de
um suspeito de tráfico de drogas, no Bairro Parque Santa Rosa, em Fortaleza, em
2017. Em um estabelecimento comercial do suspeito, os policiais subtraíram R$
1,3 mil. Mas prometeram voltar para pegar o restante do dinheiro.
Além das investigações de extorsão, o soldado e outros três PMs viraram
réus por lesão corporal, em 5 de dezembro do ano passado. O grupo é acusado de
agredir duas mulheres durante uma confusão no Bairro Mondubim, em agosto de 2016.
Conforme a denúncia, as mulheres defenderam um homem que recebeu voz de
prisão por desacato, que, por sua vez, saiu em defesa de jovens que estavam
soltando pipa com linha com cerol e também foram agredidos pelos policiais. A
defesa dos militares nega o cometimento dos crimes.
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