Morto por pistoleiros, Francisco
Pereira travava uma batalha judicial com a Igreja
Na manhã do dia 14 de julho de
2018, o empresário foi morto por pistoleiros em sua caminhonete, no Anel
Viário, entre Juazeiro do Norte e Crato
Crimes de pistolagem desafiam a Segurança Pública do Ceará.
Assassinatos que estão sem reposta há meses e anos por parte das autoridades
policiais, da Justiça e do Ministério Público caíram na vala da impunidade. Um
exemplo disso foi a morte do empresário Francisco Pereira da Silva, assassinado
há um ano e seis meses na cidade de Juazeiro do Norte. Enquanto a Polícia
silencia sobre as investigações, a família e os amigos da vítima clamam por
justiça.
Era manhã do dia 14 de julho de 2018, quando a Polícia foi mobilizada
para ir até o Anel Viário que liga Juazeiro do Norte ao vizinho Município do
Crato. Dentro de sua caminhonete importada, uma Land Rover, o empresário
Francisco Pereira estava morto com vários tiros disparados por matadores de
aluguel.
De acordo com os levantamentos feitos na época pela Perícia Forense
(Pefoce), Francisco foi baleado quando dirigia a caminhoneta. Baleado, perdeu o
controle da direção ao tentar fugir daquela situação. O veículo desceu um
barranco no acostamento e foi parar a cerca de 50 metros do ponto onde
ocorreram os disparos.
Mesmo com uma sequência de pistas encontradas, depoimentos, e várias
linhas de investigação apuradas, a Polícia Civil de Juazeiro do Norte, através
do Núcleo de Homicídios e Proteção à Pessoa (NHPP), da Delegacia Regional
local, não elucidou até hoje o assassinato do empresário. Para a família e os amigos de Francisco, a
falta de resposta da Polícia e da Justiça representa uma frustração e a certeza
da impunidade dos mandantes do crime.
Um dos suspeitos de participação direta no crime, isto é, um dos
pistoleiros que fuzilaram o empresário, acabou morto depois, numa suposta
queima de arquivo.
Na época em que foi assassinado, Francisco era dono da empresa FP
Construções e Empreendimentos Imobiliários, empresa bastante conhecida e
prestigiada na Região do Cariri. O
empresário travava uma batalha judicial com a Diocese do Crato desde 2011, por conta
da disputa de um terreno localizado próximo ao limite de Juazeiro e Crato.
As terras em questão na Justiça seriam, originariamente, pertencentes ao
Padre Cícero Romão Batista, um ícone da religiosidade caririense. A Igreja
alegava, na época, que o padre Murilo de Sá Barreto, falecido em 2005, havia
vendido, no final de 1990, parte das terras do “Padim Ciço” à imobiliária, pelo
valor, na época de aproximadamente R$ 200 mil. A outra parte restante do imóvel
deveria continuar de posse da Diocese.
Briga por terra - Ainda nesta polêmica, o empresário havia
provado na Justiça que, em 2020, uma procuração assinada pelo Padre Murilo, lhe
dera plenos poderes para vender as terras em litígio judicial.
A pista principal dentro das investigações mostrou que esta briga
judicial entre a Igreja e o empresário seria a principal linha do inquérito
para a identificação dos mandantes ou mandante do assassinato. A quebra de sigilo telefônico de suspeitos
teria sido autorizada pela Justiça, mas o caso corre sob segredo judicial.
Com o silencio da Polícia e a falta de resposta para a família do
empresário, os assassinos
continuam em plena liberdade e gozando da impunidade.
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