Desde o início do motim, estado
registrou 195 homicídios - OAB pede que PMs amotinados listem as reivindicações
para entidade levar documento ao Governo do Ceará
O Ceará chegou nesta quinta-feira (26) ao 10º dia seguido de
paralisação de parte da Polícia Militar com três batalhões e uma base policial
ainda fechados. Para tentar solucionar o motim, o presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Erinaldo Dantas, solicitou ao
representante dos PMs amotinados uma lista de reivindicações para que seja apresentada
ao governo do Ceará.
O motim começou na terça-feira (18), quando homens encapuzados que se
identificam como agentes de segurança do Ceará invadiram e ocuparam quarteis,
depredando veículos da polícia. Policiais militares reivindicam aumento
salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana.
Nesta quarta-feira (26), o governo cearense pediu ao Governo Federal a
prorrogação da permanência de militares do Exército no estado. O prazo inicial se
encerra na sexta-feira (28).
Os representantes dos três poderes e da OAB começaram a negociar com os
policiais militares após a formação de uma comissão. O grupo realizou a
primeira reunião oficial para traçar estratégias de conciliação e depois se
dirigiu a um dos batalhões ocupados nesta quarta.
A comissão é composta pelos
seguintes membros
Poder Executivo - Procurador-Geral do Estado, Juvêncio Viana
Poder Judiciário - Corregedor-Geral Desembargador Teodoro Silva Santos
Poder Legislativo - Deputado estadual Evandro Leitão (PDT)
Funcionam como observadores as
seguintes autoridades
Ministério Público - Procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro
Exército - Coronel Marcos Cesário
OAB - Erinaldo Dantas (presidente do órgão)
Os policiais militares escolheram como intermediador um coronel
reformado do Exército, que é advogado de associações militares.
Desde o início do movimento, o estado registrou 195 homicídios. O
número representa um aumento de 57% em relação aos casos registrados durante a
última paralisação de PMs no Ceará, em 2012. O movimento daquele ano durou sete
dias (de 29 de dezembro de 2011 e 4 de janeiro de 2012), um a menos que o atual,
e teve 124 assassinatos.
Subiu para 47 o número de policiais militares presos desde o início do
motim. Desse total, 43 agentes foram presos por deserção, que é o abandono do
serviço militar; 3 presos por participar em motim; e 1 PM preso por queimar um
carro particular.
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