Desde o início do motim, estado
registrou 170 homicídios - Comissão buscará representantes dos PMs em busca de
um acordo para encerrar a paralisação
Batalhões continuam fechados no 9º
dia de paralisação no Ceará
O Ceará chegou nesta quarta-feira (26) ao 9º dia seguido de paralisação
de parte da Polícia Militar com três batalhões ainda fechados. Para tentar
encerrar o motim dos PMs, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do
Ceará decidiram criar uma comissão conjunta formada por representantes das três
instâncias.
Representantes dos PMs devem ser procurados nesta quarta para
apresentar as demandas da categoria em busca de um acordo. A comissão será
coordenada pelo Ministério Público do Ceará e será acompanhada pelo Exército
Brasileiro.
O motim começou na terça-feira (18), quando homens encapuzados que se
identificam como agentes de segurança do Ceará invadiram e ocuparam quarteis,
depredando veículos da polícia. Policiais militares reivindicam aumento salarial
acima do proposto pelo governador Camilo Santana.
Desde o início do movimento, o estado registrou 170 homicídios. O
número representa um aumento de 37% em relação aos casos registrados durante a
última paralisação de PMs no Ceará, em 2012. O movimento daquele ano durou sete
dias (de 29 de dezembro de 2011 e 4 de janeiro de 2012), um a menos que o atual,
e teve 124 assassinatos.
Subiu para 47 o número de policiais militares presos desde o início do
motim. Desse total, 43 agentes foram presos por deserção, que é o abandono do
serviço militar; 3 presos por participar em motim; e 1 PM preso por queimar um
carro particular.
Nesta quarta, um dos carros da PM teve os pneus cheios dentro de um dos
batalhões ocupados. Um policial, que preferiu não ser identificado, contou que
o veículo seria utilizado em "ocorrências graves". No entanto, outros
seis carros oficiais seguem no pátio do batalhão com pneus esvaziados.
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