quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Ceará chega ao 9º dia de paralisação da PM com batalhões ainda fechados

Desde o início do motim, estado registrou 170 homicídios - Comissão buscará representantes dos PMs em busca de um acordo para encerrar a paralisação

Batalhões continuam fechados no 9º dia de paralisação no Ceará — Foto: Camila Lima
Batalhões continuam fechados no 9º dia de paralisação no Ceará

O Ceará chegou nesta quarta-feira (26) ao 9º dia seguido de paralisação de parte da Polícia Militar com três batalhões ainda fechados. Para tentar encerrar o motim dos PMs, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Ceará decidiram criar uma comissão conjunta formada por representantes das três instâncias.
Representantes dos PMs devem ser procurados nesta quarta para apresentar as demandas da categoria em busca de um acordo. A comissão será coordenada pelo Ministério Público do Ceará e será acompanhada pelo Exército Brasileiro.
O motim começou na terça-feira (18), quando homens encapuzados que se identificam como agentes de segurança do Ceará invadiram e ocuparam quarteis, depredando veículos da polícia. Policiais militares reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana.
Desde o início do movimento, o estado registrou 170 homicídios. O número representa um aumento de 37% em relação aos casos registrados durante a última paralisação de PMs no Ceará, em 2012. O movimento daquele ano durou sete dias (de 29 de dezembro de 2011 e 4 de janeiro de 2012), um a menos que o atual, e teve 124 assassinatos.
Subiu para 47 o número de policiais militares presos desde o início do motim. Desse total, 43 agentes foram presos por deserção, que é o abandono do serviço militar; 3 presos por participar em motim; e 1 PM preso por queimar um carro particular.
Nesta quarta, um dos carros da PM teve os pneus cheios dentro de um dos batalhões ocupados. Um policial, que preferiu não ser identificado, contou que o veículo seria utilizado em "ocorrências graves". No entanto, outros seis carros oficiais seguem no pátio do batalhão com pneus esvaziados.

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