Aldicélio da Silva morreu no dia
1º de janeiro deste ano, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro
Conjunto José Walter
Cabeleireiro morreu após
abordagem policial em Fortaleza
O laudo cadavérico da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) apontou que o
cabeleireiro Aldicélio da Silva Frazão, de 31 anos, foi morto por "asfixia
mecânica por mecanismo constrictor cervical". Aldicélio morreu no dia 1º
de janeiro deste ano, após ser abordado por policiais militares no Bairro
Barroso, em Fortaleza.
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e
Sistema Penitenciário (CGD) determinou a instauração de uma investigação preliminar
para apurar o ocorrido na esfera administrativa. O órgão acrescentou que a
apuração possui "caráter reservado". Já a Polícia Militar ressaltou
que a investigação "é preliminar para a devida apuração do fato na seara
administrativa, estando esta, atualmente, em andamento".
O cabeleireiro foi detido por suspeita de tráfico de drogas, no dia 28
de dezembro do ano passado. Em sua casa, foram encontrados um revólver,
munição, além de maconha e cocaína. Depois da abordagem, Aldicélio foi levado à
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Conjunto José Walter, como
suposta vítima de afogamento. Familiares denunciam que o cabeleireiro foi morto
por policiais. Já a Polícia Militar afirmou, em nota, que Aldicélio passou mal
e desmaiou ao ser abordado.
A Pefoce concluiu, no dia 9 de janeiro, que Aldicélio tinha
"infiltrados hemorrágicos em musculatura cervical paratraqueal
bilateralmente", "contusão de traquéia e esôfago", e
"fratura do osso hioide (que fica embaixo da mandíbula)".
Dois peritos que preferiram não se identificar, analisaram o laudo e
informaram que a asfixia se deu por força feita no pescoço, possivelmente com o
braço, o que se classificaria como enforcamento. A lesão teria ocasionou uma
hemorragia na garganta.
Versões contraditórias - Apesar de Aldicélio ter sido levado à UPA
como vítima de afogamento, o médico responsável pelo primeiro atendimento
identificou "respiração inadequada", com um diagnóstico hipotético de
"asfixia", segundo a ficha de atendimento.
Em depoimento à Polícia Civil, os policiais militares contaram que o
cabeleireiro passou mal durante a abordagem, tossindo e apresentando sinais de
engasgo. Os agentes afirmaram que tentaram realizar "manobras de desengasgo"
e depois o levaram à UPA.
A família do cabeleireiro acredita que Aldicélio foi morto pelos PMs
após uma sessão de tortura, dentro de sua residência, onde também funcionava um
salão de beleza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário