Designado como emissário de
policiais durante reabertura de diálogos, coronel Medeiros diz sentir haver
disposição para cessar greve

Escolhido para intermediar os interesses de policiais militares
paralisados junto ao Governo do Ceará, o coronel reformado do Exército Walmir
Medeiros afirmou que a discussão será iniciada pelo tratamento de "pautas
emergenciais". Destas, ele citou como prioritária a soltura dos 47
policiais presos no contexto do amotinamento reivindicando melhores salários e melhores
condições de trabalho.
A segunda tabela construída por Governo e associações permitiria ao
soldado ganhar salários de R$ 4,5 mil até 2022. O pagamento seria fatiado em
três parcelas, por três anos. Atualmente, o vencimento-base do agente é de R$
3,2 mil.
O entendimento do conjunto dos manifestantes e do departamento jurídico
das associações representativas de militares, diz o relato de Medeiros, também
advogado, é de que todas as prisões foram excessivas. São 47 agentes presos até
aqui. Foram 43 prisões por abandono do serviço militar — deserção —, três por
motim e uma por queima de carro particular. O debate que será feito deverá ser
de prisão a prisão.
Questionado sobre demais reivindicações, o coronel Medeiros disse ser
mais acertado divulgá-las somente após última rodada de discussão. A conduta,
ele justificou, se deve ao episódio de comemoração de acordo por líderes como o
deputado federal Capitão Wagner e o estadual Soldado Noelio, ambos do Pros,
sucedida por recuo da tropa. O fato mencionado por ele ocorreu no último dia
13, após reunião na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE).
A intenção, contudo, esbarra em posição já expressada por Camilo
Santana. O chefe do Executivo afirmou ser inegociável anistiamento de quem está
"mascarado cometendo crimes". Em tese, a fala não alcançaria
policiais militares que simplesmente não foram ao trabalho.
O Coronel Medeiros e o ex-deputado Cabo Sabino (Avante) estiveram ontem
no 18º Batalhão da Polícia Militar (18º-BPM), quando foram eleitos pela parcela
paralisada como representante e intermediador, respectivamente.
O sentimento percebido na tropa, narra o militar, é de que há
disposição para cessar o motim. Porém, "a coisa para endurecer é daqui
para ali se eles sentirem que está havendo perseguição, injustiça".
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