A Polícia nada fala sobre o caso
e os assassinos permanecem na impunidade
A população de Granjeiro foi às
ruas pedir justiça e o fim da impunidade
Prestes a completar dois meses, o assassinato do prefeito de Granjeiro,
João Gregório Neto, o “João do Povo”, começa a ser “esquecido” pelas
autoridades. A família da vítima, seus
amigos, correligionários e a população daquela cidade ainda clamam por justiça. O caso continua sendo investigado sob sigilo,
muito embora as autoridades já tenham concluído que o crime teve motivação
política.
O fechamento das investigações deverá indicar, ao menos, oito pessoas,
entre aquelas que agiram diretamente ou indiretamente no crime, incluindo
mandantes, executores, intermediários e cúmplices da trama criminosa. Entre as pistas que estão sendo colocadas nos
autos há degravações de diálogos comprometedores descobertos com a quebra de
sigilo telefônico dos suspeitos autorizado pela Justiça a pedido da Polícia
Judiciária (Civil).
Um dois principais suspeitos do crime cumpre medida judicial cautelar, através
do uso de tornozeleira eletrônica. Trata-se do ex-prefeito e pai do atual
prefeito de Granjeiro, Vicente Félix de Sousa, o “Vicente Tomé”, principal
adversário político e inimigo pessoal da vítima. Ele nega participação na morte de “João do
Povo”, mas a Polícia afirma ter provas.
Sem repostas, a população de Granjeiro, os amigos e familiares de João
Gregório temem que o caso seja “esquecido” pelas autoridades. Uma força-tarefa montada pela Polícia Civil,
com delegados, escrivães e inspetores, além de peritos, trabalha em silêncio para
concluir o inquérito com o indiciamento dos suspeitos e pedidos de prisão
preventiva para todos.
Veja quem são os suspeitos do crime
1 – Vicente Félix de Sousa, o
“Vicente Tomé” – ex-prefeito de
Granjeiro, pai do atual prefeito, Ticiano Tomé, ex-aliado e depois opositor
ferrenho e inimigo pessoal da vítima. Em sua casa a Polícia apreendeu uma
caminhonete filmada no local do crime. Cumpre medida cautelar determinada pela
Justiça, usando uma tornozeleira eletrônica.
2 – Ticiano da Fonseca Félix, o
“Ticiano Tomé” – Era o
vice-prefeito do Município e assumiu o cargo com a morte de João Gregório. De
aliado político, tornou-se opositor e inimigo pessoal da vítima. Denunciou João
Gregório por uma suposta fraude na licitação para a compra de material escolar
para as escolas municipais de Granjeiro. A Polícia Civil pediu a sua prisão
preventiva, mas a Justiça negou.
3 – Carlos Alberto Ferreira
Cavalcanti – preso na cidade de
Teresina, no Piauí, na semana passada, após uma troca de tiros com policiais do
Ceará e do Piauí. Foi flagrado nas ruas da capital piauiense dirigindo o
veículo Polo cinza, placas QQW-9591, inscrição de Belo Horizonte (MG). O carro
havia sido roubado e foi usado no apoio a fuga dos pistoleiros, sendo filmado.
4 – Rondinere Francino de Andrade – comerciante preso na cidade de Timon, no
Maranhão. É dono de uma revenda de veículos naquele município e no seu
estabelecimento foi localizado o carro (Polo) usado pelos pistoleiros. Como o
veículo era roubado, foi preso e autuado em flagrante por crime de receptação.
5 – Suspeito de nome não revelado
– seria um policial militar do
estado de Pernambuco, apontado como um dos pistoleiros. Teve prisão preventiva
decretada pela Justiça a pedido da Polícia do Ceará. Teria fugido para o
Município de Exu (PE) após o crime. Está sendo procurado.
6 – Suspeito de nome não revelado – Detido na cidade de Granjeiro suspeito de
tentar dificultar a coleta de provas no local do crime. Teria alterado a
posição das câmeras que teriam filmado o assassinato.
7 – Raimundo Duclieux de Freitas,
o “Doutor Gudy”, candidato
derrotado nas urnas pela vítima. Fazia oposição ferrenha a João Gregório e o
ameaçou através de um áudio que agora circula nas redes sociais.
8 – Carlos César Gonçalo de
Freitas – foragido da Justiça do
Ceará, capturado na cidade de Barreirinha, no interior do Maranhão. Suspeito de
ser um dos pistoleiros. Bandido era foragido da Penitenciária Industrial
Regional do Cariri (PIRC), em Juazeiro do Norte, e também envolvido no tráfico
de drogas.
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