sexta-feira, 6 de março de 2020

Mais de 30 presos adoecem em unidade prisional no Ceará - 11 vão a hospital

Detentos apresentam os mesmos sintomas, que incluem anemia e lesões na pele

Presídio no Ceará tem mais de 30 casos de doença ainda não identificada — Foto: Arquivo SVM
Presídio no Ceará tem mais de 30 casos de doença ainda não identificada

Mais de 30 internos do Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis), no município cearense de Itaitinga, adoeceram apresentando sintomas semelhantes: anemia, lesões na pele e, em alguns casos, na gengiva. Conforme o secretário de Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins, o doutor Cabeto, 30 casos foram documentados por funcionários da Sesa, na quinta-feira (5).
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não confirma o total de casos, mas informa que 11 presos foram encaminhados para o Hospital São José, em Fortaleza, para tratamento de um possível quadro infeccioso.
A unidade prisional foi visitada por profissionais da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) na quinta-feira (5), que documentaram os casos e deram início à investigação. Durante a visita, foram observadas as condições das instalações, da água e demais adequações que possam estar relacionadas à doença, conforme explica doutor Cabeto, titular da Sesa.
Segundo ele, foram registradas ainda duas mortes de internos, porém, não foi confirmada ligação com os sintomas. Em nota, SAP e Sesa afirmam que "Não é possível associar os casos de óbito, registrados na unidade prisional, à suposta infecção”.

Observação - Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e a Secretaria da Saúde informaram que pacientes estão sob observação e aguardam os resultados de uma série de exames para diagnóstico preciso do caso. A SAP informou, ainda, que todos os internos e internas do sistema prisional cearense possuem quatro refeições diárias, e o alimento servido é orientado por nutricionistas e fiscalizados por equipes de controle interno.
A pasta acrescenta que o banho de sol “é cumprido com regularidade e rotina, assim como prevê a Lei de Execução Penal. Além disso, a Secretaria comunica que disponibiliza, com suas equipes próprias, uma média de 6 mil atendimentos médicos mensais em todo o sistema prisional do Estado”.

Superlotação - Na unidade prisional, com capacidade de 1.016 internos, estão 2.718 pessoas encarceradas. Isso corresponde ao dobro do potencial máximo do Cepis, com base nos dados do último mês de dezembro da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará (SAP).

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