Grupo é uma extensão de uma
organização criminosa de origem carioca - Chefe do bando é um dos mais
procurados do estado e há recompensa de R$ 10 mil por informações que ajudem na
sua captura
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Polícia investiga nova facção no
Ceará responsável por ao menos 18 assassinatos
Uma facção criminosa surgida no município de Caucaia, na Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF), como um braço de uma organização de origem
carioca, tem provocado uma série de assassinatos nos últimos cinco anos – antes
mesmo de ter seu surgimento descoberto. Documentos apontam que integrantes do
grupo criminoso são investigados por, pelo menos, 18 homicídios desde 2016.
Caucaia tem causado preocupação na Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS) por ter apresentado, nos últimos meses aumento crescente
no número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) – que abrangem
homicídios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios. De
acordo com o órgão, só nos dois primeiros meses do ano, foram registrados 81
assassinatos.
É nesse contexto de insegurança e violência que surge a nova facção
cearense, comandada por Alban Darlan Batista Guerra, 24. Ele é um dos homens
mais procurados do estado, pelo qual o Governo do Ceará oferece R$ 10 mil a
quem subsidiar informações que possam levar à sua captura. Apenas sobre Darlan
pesam a apuração de oito homicídios, incluindo a do seu cunhado Francisco José
da Silva Barros, morto em 10 de fevereiro após uma suposta discussão com a irmã
do procurado pela Justiça.
Os documentos apontam ainda a responsabilidade de Walisson César
Marinho Borges, 23. O jovem é integrante do grupo criminoso e confessou, em
depoimento à Polícia Civil, participação em oito assassinatos; outros dois
foram confirmados por um de seus supostos comparsas. Francisco Vitor Almeida de
Azevedo, de 18 anos, ressaltou, também em depoimento, ter participado com ele
de outros dois homicídios.
Demais integrantes - Foram identificados pelas investigações
outras oito pessoas que integram a facção ou participaram de crimes na
companhia deles. A área de atuação, segundo as investigações da Polícia Civil
se dá, principalmente, no bairro Padre Júlio Maria, em Caucaia, mas também há
influência em locais vizinhos, como Capuan e Jandaiguaba.
Conforme a Delegacia Metropolitana de Caucaia, Alban Darlan Batista
Guerra “montou uma equipe de adolescentes e foi crescendo. Passaram a traficar
drogas e se aliaram ao outro lado do (bairro) Padre Júlio Maria. Eles
aumentaram o grupo, receberam apoio de um e de outro e aí surgiu (a facção)”.
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas
(Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), afirmou, em nota, que “tem
conhecimento da existência de um novo grupo criminoso em Caucaia” e que “há
mandado de prisão em aberto contra Alban Darlan Batista Guerra”. Porém, o MPCE
disse não divulgar mais detalhes “para não prejudicar as investigações”.
Pai de procurado da Justiça é
subtenente - Francisco Eufrásio
Guerra, 71, é subtenente da Polícia Militar e pai de um dos homens mais
procurados do Estado, o foragido da Justiça, Alban Darlan Batista Guerra, 24. O
militar foi condenado pela Justiça em agosto de 2018 por ter negociado de forma
irregular a compra de uma arma de fogo, a qual foi parar nas mãos do filho. O
oficial da PM foi preso em outubro de 2017 e ficou detido por pouco mais de
nove meses, até sair a decisão do juiz Ricardo Bruno Fontenelle, da Comarca de
Caucaia, que o liberou.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, Darlan foi preso com uma
pistola calibre .380 e liberado após pagar fiança de R$ 900. O armamento foi
negociado pelo pai dele com um homem não identificado que vive na cidade do
Crato, interior do Ceará. A informação foi confirmada pelo próprio Eufrásio
Guerra, em depoimento. O valor da arma girava em torno de R$ 4 mil, e o
equipamento não possuía nenhum registro.
O subtenente foi condenado pela Justiça pelo crime de porte ilegal de
arma de fogo de uso permitido, por ter adquirido o material de forma irregular.
A pistola era, na verdade, de um policial militar do Estado do Piauí, que havia
sido roubada. Eufrásio Guerra disse desconhecer o dono do armamento.
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