sábado, 7 de março de 2020

PRESOS NO PARAGUAI - Ronaldinho e Assis estão em prisão especial

Agrupación Especializada recebe apenas presos de maior relevância, incluindo políticos

Ronaldinho Gaúcho e Roberto de Assis foram levados para uma delegacia especializada em Assunção — Foto: Martín Fernández
Presos na noite desta sexta-feira no Paraguai, Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto de Assis, passaram a noite na Agrupación Especializada da Polícia Nacional, uma instalação que recebe apenas casos de maior relevância. Um dos presos mais conhecidos do local foi o traficante brasileiro Marcelo Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, um dos chefes do Comando Vermelho, que passou cerca de 11 meses detido lá, até ser enviado de volta para o Brasil, em novembro de 2018.
Como a cadeia para onde foram levados tem caráter especial, Ronaldinho e Assis não precisaram dividir cela com presos comuns.
A Justiça paraguaia decidirá neste sábado se revoga o pedido de prisão preventiva ou se os dois brasileiros permanecerão detidos no país.

 Ronaldinho Gaúcho prestou depoimento no Palácio de Justiça de Assunção nesta sexta-feira — Foto: Jorge Adorno/Reuters
Ronaldinho Gaúcho prestou depoimento no Palácio de Justiça de Assunção nesta sexta-feira

Ronaldinho Gaúcho e Assis prestaram depoimento nesta sexta-feira. A audiência com o juiz Mirko Valinotti, do Juizado Penal de Garantias de Assunção, durou cerca de seis horas. Depois de ouvi-los, o magistrado disse que não aceitou a tese do Ministério Público do Paraguai, que considerava os dois brasileiros livres de processo por terem colaborado com a investigação. Valinotti decidiu dar dez dias de prazo para o MP investigar o caso e dar seu parecer definitivo.
Apesar da decisão de Valinotti, Ronaldinho e Assis não tinham, naquele momento, impedimento legal para deixar o Paraguai, e planejavam voltar para o Brasil na madrugada deste sábado. No entanto, após o pedido do juiz Valinotti, o MP paraguaio decidiu solicitar a detenção dos dois irmãos, para impedi-los de deixar o país.

 Documento emitido pelo Ministério Público do Paraguai que determina detenção de Ronaldinho Gaúcho — Foto: Reprodução
Documento emitido pelo Ministério Público do Paraguai que determina detenção de Ronaldinho Gaúcho

Ronaldinho e Assis tiveram os documentos retidos na quinta-feira, um dia depois da chegada ao Paraguai para participar de eventos promocionais. De acordo com o Ministério Público paraguaio, o uso de documentos públicos com conteúdo falso pode levar a uma pena de cinco anos ou multa. No entanto, o MP entendeu que Ronaldinho e Assis deram vários dados relevantes à investigação, quando ele e Assis admitiram o erro pelo uso dos documentos.
O MP considerou que ambos "foram enganados em sua boa fé". A promotoria decidiu usar o “critério de oportunidade”, recurso no Código Penal paraguaio que deixaria livre de processo Ronaldinho e seu irmão. Ele é usado quando os suspeitos admitem o delito e não têm antecedentes criminais no país. A audiência desta sexta poderia ter resultado em uma pena de reparação social. A sugestão, no entanto, não foi aceita pelo juiz Mirko Valinotti.

Entenda o caso - Ronaldinho e Assis chegaram na manhã de quarta-feira em Assunção para participarem de evento da ONG Fundação Fraternidade Angelical. Ambos também foram ao país a convite do empresário Nelson Belotti, dono de um cassino que tem o ex-jogador como embaixador. Os passaportes no desembarque chamaram a atenção das autoridades.
Os dois passaram a ser suspeitos por uso de documentos falsos, mas apenas horas depois, à noite, membros do Ministério do Interior e do MP locais fizeram uma operação de busca. Segundo o MP, passaportes, carteiras de identidade e telefones de R10 e Assis foram apreendidos no Yacht y Golf Club.
Ronaldinho Assis identidade Paraguai — Foto: Reprodução/Twitter

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