terça-feira, 17 de março de 2020

Segurança máxima - Ceará pede permanência de dois detentos em presídios federais

Os dois presos são Daniel Júnior dos Santos Silva e João Vaz de Sousa Neto. O primeiro responde pelos crimes de tráfico de drogas, roubo, receptação, posse ilegal de arma de fogo e corrupção de menores - Já o segundo por dois homicídios

Arsenal apreendido com quadrilha que ia resgatar Daniel Júnior — Foto: Fabiane de Paula
Arsenal apreendido com quadrilha que ia resgatar Daniel Júnior

A Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) quer que dois detentos permaneçam em presídios federais de segurança máxima, em outros estados. Os pedidos foram publicados pela 3ª Vara de Execução Penal, no Diário da Justiça Eletrônico da última quinta-feira (12).
Os dois presos são Daniel Júnior dos Santos Silva, de 30 anos, e João Vaz de Sousa Neto, 31. O primeiro responde a processos pelos crimes de tráfico de drogas, roubo, receptação, posse ilegal de arma de fogo e corrupção de menores. Já o segundo responde a dois homicídios.
Conforme as publicações da 3ª Vara, a SAP fez os pedidos "tendo em vista a ausência de estabelecimento penal de segurança máxima neste Estado". O juiz também pediu a manifestação da defesa dos detentos. A decisão sobre a permanência deles será tomada pela Corregedoria dos Presídios Federais.
Questionada sobre a motivação dos pedidos, a Secretaria da Administração Penitenciária, através da assessoria de comunicação, respondeu que não fornece detalhes sobre esse assunto, por questão estratégica de segurança.

Chefe de facção - Conforme denúncia do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), de 20 de abril de 2016, Daniel Júnior era chefe de uma facção sediado na região do Serviluz, em Fortaleza.
Mesmo preso, Daniel determinava a prática de roubos de veículos e estabelecimentos comerciais, lesões corporais gravíssimas como castigo por "pecados" - como o cometimento de furtos e pequenos roubos na comunidade -, tráfico de drogas e homicídios, segundo o Gaeco.
Daniel é apontado ainda como um dos organizadores do "Movimento Pela Paz", uma pacificação traçada por facções que se brigavam pelo domínio do tráfico de drogas, no Ceará, ocorrida no ano de 2016.
Em janeiro de 2017, a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil, descobriu um plano ousado para resgatar Daniel, no momento em que ele estaria sendo levado da Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, na Pacatuba, para uma audiência no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Quatro suspeitos foram capturados e 13 armas de fogo, apreendidas.

Homicídios - Já João Neto é acusado pelo MPCE de liderar uma quadrilha que tinha como finalidade a prática de crimes de homicídios. O grupo atuava na região do Bom Jardim, em Fortaleza.
Neste bairro, Kildare dos Santos Nascimento foi assassinado no dia 1º de fevereiro de 2011. João Neto e mais três homens foram denunciados pelo crime, em março daquele ano. A motivação da execução teria sido uma discussão entre vítima e acusados em um paintball.
Outro homicídio atribuído a João Neto e seu grupo é a morte de Renato Cruz Mota, no bairro Vila Pery, no dia 12 de outubro de 2010. A motivação do crime seria a disputa pelo tráfico de drogas local. João foi condenado na primeira instância a 16 anos de prisão.

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