Os dois presos são Daniel Júnior
dos Santos Silva e João Vaz de Sousa Neto. O primeiro responde pelos crimes de
tráfico de drogas, roubo, receptação, posse ilegal de arma de fogo e corrupção
de menores - Já o segundo por dois homicídios
Arsenal apreendido com quadrilha
que ia resgatar Daniel Júnior
A Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) quer que
dois detentos permaneçam em presídios federais de segurança máxima, em outros
estados. Os pedidos foram publicados pela 3ª Vara de Execução Penal, no Diário
da Justiça Eletrônico da última quinta-feira (12).
Os dois presos são Daniel Júnior dos Santos Silva, de 30 anos, e João
Vaz de Sousa Neto, 31. O primeiro responde a processos pelos crimes de tráfico
de drogas, roubo, receptação, posse ilegal de arma de fogo e corrupção de
menores. Já o segundo responde a dois homicídios.
Conforme as publicações da 3ª Vara, a SAP fez os pedidos "tendo em
vista a ausência de estabelecimento penal de segurança máxima neste
Estado". O juiz também pediu a manifestação da defesa dos detentos. A
decisão sobre a permanência deles será tomada pela Corregedoria dos Presídios
Federais.
Questionada sobre a motivação dos pedidos, a Secretaria da
Administração Penitenciária, através da assessoria de comunicação, respondeu
que não fornece detalhes sobre esse assunto, por questão estratégica de
segurança.
Chefe de facção - Conforme denúncia do Grupo Especial de
Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará
(MPCE), de 20 de abril de 2016, Daniel Júnior era chefe de uma facção sediado
na região do Serviluz, em Fortaleza.
Mesmo preso, Daniel determinava a prática de roubos de veículos e
estabelecimentos comerciais, lesões corporais gravíssimas como castigo por
"pecados" - como o cometimento de furtos e pequenos roubos na
comunidade -, tráfico de drogas e homicídios, segundo o Gaeco.
Daniel é apontado ainda como um dos organizadores do "Movimento
Pela Paz", uma pacificação traçada por facções que se brigavam pelo
domínio do tráfico de drogas, no Ceará, ocorrida no ano de 2016.
Em janeiro de 2017, a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia
Civil, descobriu um plano ousado para resgatar Daniel, no momento em que ele
estaria sendo levado da Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, na
Pacatuba, para uma audiência no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Quatro
suspeitos foram capturados e 13 armas de fogo, apreendidas.
Homicídios - Já João Neto é acusado pelo MPCE de liderar
uma quadrilha que tinha como finalidade a prática de crimes de homicídios. O
grupo atuava na região do Bom Jardim, em Fortaleza.
Neste bairro, Kildare dos Santos Nascimento foi assassinado no dia 1º
de fevereiro de 2011. João Neto e mais três homens foram denunciados pelo
crime, em março daquele ano. A motivação da execução teria sido uma discussão
entre vítima e acusados em um paintball.
Outro homicídio atribuído a João Neto e seu grupo é a morte de Renato
Cruz Mota, no bairro Vila Pery, no dia 12 de outubro de 2010. A motivação do
crime seria a disputa pelo tráfico de drogas local. João foi condenado na
primeira instância a 16 anos de prisão.
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