A matança aconteceu na Grande
Fortaleza com o "Salve Geral" do crime organizado
As execuções sumárias se
alastraram pelos bairros e favelas da Grande Fortaleza há uma semana
A morte de Samuel Sousa Salomão, 31 anos, tido como um dos líderes da
facção Guardiões do Estado (GDE), na Grande Messejana, zona sul de Fortaleza,
causou um impacto contundente e desastroso para a Segurança Pública do Ceará no
mês de abril. Com o assassinato dele, foi reaberta a guerra das facções, e o
resultado catastrófico: em apenas uma semana 87 pessoas foram executadas sumariamente
na Grande Fortaleza.
O assassinato de Salomão aconteceu na tarde do último dia 22, tendo
como consequência um “salve geral”, em que outros chefes da organização
criminosa ordenaram aos seus integrantes eliminar os rivais do Comando Vermelho
(CV). A partir daí, começou a matança em, praticamente, recantos da Grande
Fortaleza.
Em bairros onde as facções dominam os confrontos entre criminosos se
acentuaram e as mortas aconteceram de forma acelerada, deixando para trás um
rastro de sangue nas ruas e, principalmente, dentro de pequenas comunidades e
nas grandes favelas da Grande Fortaleza.
Veja a seguir, uma cronologia dos principais fatos dessa
ofensiva das facções na Capital e Região Metropolitana
Dia 22/4 – Samuel Souza Salomão, tido como um
dos “cabeças” da facção GDE em
Fortaleza, é morto a tiros dentro de uma loja de acessórios automotivos em
Messejana. Logo depois, surgiu nas redes sociais um “salve geral” da GDE
determinando que todos da organização criminosa partisse para matar os inimigos
do CV.
Dia 22/4 – Nesta mesma noite, após a morte de Salomão,
em Messejana, a Polícia registrou outros 13 assassinatos na Grande Fortaleza,
em bairros como Praia de Iracema, Vila Peri, Granja Lisboa, Praia do Futuro,
Henrique Jorge, Jangurussu, José Walter; além dos Municípios de Caucaia,
Horizonte (2), Cascavel, Maracanaú e Itaitinga.
Dia 23/4 – Foram registrados 17 homicídios na Grande
Fortaleza. Na Capital, os crimes ocorreram depois de confrontos armados em
bairros como Serrinha, Parque Araxá, Meireles, Bom Jardim, Praia do Futuro e
Vila Peri; e nos municípios metropolitanos de Cascavel (2), Eusébio (2),
Maracanaú (2), Horizonte, Maranguape e São Gonçalo do Amarante.
Dia 24/4 – Neste dia, a Polícia registrou mais 10
assassinatos na Grande Fortaleza, nos bairros Parque Santa Maria, Dom Lustosa,
Praia do Futuro II, Edson Queiroz, Ancuri e Siqueira II; além dos Municípios de
Maranguape, Pacatuba, Caucaia e Pacajus.
Dia 25/4 – Mais 13 pessoas foram mortas na Grande
Fortaleza. Na Capital, nos bairros Jangurussu (2 crimes), Carlito Pamplona,
Bonsucesso, Jóquei Clube, Presidente Vargas e Presidente Kennedy; além dos
Municípios de Eusébio (3), Caucaia (2) e Maracanaú.
Dia 26/04 – De acordo com os registros da Polícia foram
mais 11 assassinatos na Grande Fortaleza, nos bairros Vicente Pinzón, Bela
Vista, Presidente Vargas, Presidente Kennedy, Demócrito Rocha e Conjunto
Palmeiras; além de um triplo homicídio na localidade de Mangueiral, em
Pindoretama; e mais duas mortes em Caucaia e no Eusébio.
Dia 27/4 – Foram sete homicídios na Grande Fortaleza
com crimes registrados nos bairros Bom Jardim (3), De Lourdes, Conjunto Ceará,
e nos Municípios de Itaitinga e Caucaia. No Bom Jardim, bandidos de uma facção
invadiram a comunidade 7 de Setembro, expulsaram as famílias de suas casas e
ainda mataram dois moradores que se recusaram a sair de casa. Os mortos foram
identificados como sendo o aposentado João Gomes dos Santos, 56 anos
(paraplégico); e a dona de casa Maria Rosângela Pereira de Oliveira, 42 anos.
Dia 28/4 – Ao menos, 12 pessoas foram mortas neste
dia, de acordo com os registros da Polícia. Em Fortaleza, ocorreram crimes nos
bairros Jangurussu (duplo), Joaquim Távora, Granja Portugal; além de
assassinatos nos municípios metropolitanos de Maracanaú (2), Cascavel (duplo),
Pacajus, Pacatuba, Aquiraz e Caucaia.
Entre os 12 mortos estão duas mulheres, ambas assassinadas a tiros. Uma
no bairro Jangurussu, na Capital; e a outra em Pacatuba.
Dia 29/4 – Apontado como o dia de menor registro de
mortes violentas na Grande Fortaleza desde o começo da matança, no dia 22, pois
foram registrados apenas três homicídios, sendo dois na Capital e outro em Pacatuba.
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