domingo, 24 de maio de 2020

Comparsa de Beira-Mar é acusado de ordenar assassinato mesmo preso em cadeia no Rio

Periquito (ao centro) ao ser preso em 2017

Periquito (ao centro) ao ser preso em 2017
Um dos principais comparsas de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, é acusado de ter ordenado um assassinato ocorrido em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, no mês passado. Marcos José Monteiro Carneiro, conhecido como Coroa ou Periquito, é apontado pela Polícia Civil como mandante do crime mesmo preso na Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, conhecida como Bangu 3, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio. Periquito e outras duas pessoas foram indiciadas pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa.
De acordo com as investigações, Periquito ordenou a morte de Nathan Gama Vieira de sua cela em Bangu 3. O motivo, segundo a Polícia Civil, foi o fato de a vítima estar vendendo drogas no bairro Castelo São Manoel, em Petrópolis, sem a permissão do comparsa de Beira-Mar. Nathan foi morto no próprio bairro, a tiros, na noite de 28 de abril. Segundo os relatos de testemunhas, a vítima havia deixado a cadeia recentemente e tinha voltado a vender drogas na área dominada por Periquito. Nathan já havia sido avisado de que deveria parar de atuar no bairro, mas não acatou a ordem.
Rozana da Silva Barbosa e Carlos Alex dos Santos Silva, conhecido como Xinguinha, são acusados de terem assassinado Nathan a mando de Periquito. Segundo as investigações, o casal chegou ao Castelo São Manoel em um Corsa preto e efetuou seis disparos contra a vítima. Eles são apontados pela polícia como gerentes do tráfico de drogas em outra localidade de Petrópolis, a Vila Rica, e trabalham para o comparsa de Beira-Mar.
Segundo a polícia, Periquito comanda o tráfico nas localidades do Castelo São Manoel, Vila Rica, Glória e Vinte e Quatro de Maio, todas em Petrópolis. Ele também é chefe do tráfico em comunidades de Duque de Caxias, na Baixada. A polícia já pediu à Justiça a transferência de Periquito para um presídio federal de segurança máxima. O Ministério Público já opinou favoravelmente, mas ainda não houve decisão judicial.
Rozana e Carlos Alex foram presos pela delegacia de Itaipava no início deste mês. Na ocasião, os policiais apreenderam o carro usado no crime, que pertence à mãe de Carlos. O veículo foi flagrado por câmeras de segurança chegando ao local do homicídio. O automóvel foi periciado e, com o uso de luminol, foram encontrados vestígios de sangue. O mesmo exame foi feito em outro carro do casal e em um casaco de Carlos que teria sido usado na noite do crime. Em ambos, também havia vestígios de sangue.
Além de homicídio e associação criminosa, o casal também foi indiciado por furto. Segundo as investigações, após matar a vítima, Rozana e Carlos ainda levaram seu telefone celular. Os investigadores descobriram que o telefone vinha sendo usado pela filha de Rozana, que havia ganhado o aparelho da mãe.
Os policiais da delegacia de Itaipava, em conjunto com agentes penitenciários, ainda fizeram buscas na cela de Periquito em Bangu 3 e encontraram material que o vincula ao casal.

Prisão em 2017 - Periquito foi preso em agosto de 2017 em Mogi das Cruzes, São Paulo. O traficante, que estava foragido desde 2011, foi capturado em um condomínio de luxo.
Na época de sua prisão, ele foi apontado pela Polícia Civil como responsável pela arrecadação do dinheiro obtido com a venda de drogas na favela Beira-Mar, em Duque de Caxias, e um dos maiores fornecedores de armas e drogas para o Rio e outros estados.
Ainda de acordo com a polícia, Periquito começou sua vida criminosa ao lado de Luiz Fernando da Costa. A primeira anotação criminal de ambos é de um roubo a uma joalheria no Rio. Beira-Mar é padrinho de um dos filhos de Periquito.

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