Periquito (ao centro) ao ser
preso em 2017

Um dos principais comparsas de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, é acusado de ter ordenado um assassinato ocorrido em Petrópolis, na
Região Serrana do Rio, no mês passado. Marcos José Monteiro Carneiro, conhecido
como Coroa ou Periquito, é apontado pela Polícia Civil como mandante do crime
mesmo preso na Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, conhecida como Bangu 3,
no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio. Periquito e outras duas pessoas
foram indiciadas pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e associação
criminosa.
De acordo com as investigações, Periquito ordenou a morte de Nathan
Gama Vieira de sua cela em Bangu 3. O motivo, segundo a Polícia Civil, foi o
fato de a vítima estar vendendo drogas no bairro Castelo São Manoel, em
Petrópolis, sem a permissão do comparsa de Beira-Mar. Nathan foi morto no
próprio bairro, a tiros, na noite de 28 de abril. Segundo os relatos de
testemunhas, a vítima havia deixado a cadeia recentemente e tinha voltado a
vender drogas na área dominada por Periquito. Nathan já havia sido avisado de
que deveria parar de atuar no bairro, mas não acatou a ordem.
Rozana da Silva Barbosa e Carlos Alex dos Santos Silva, conhecido como
Xinguinha, são acusados de terem assassinado Nathan a mando de Periquito.
Segundo as investigações, o casal chegou ao Castelo São Manoel em um Corsa
preto e efetuou seis disparos contra a vítima. Eles são apontados pela polícia
como gerentes do tráfico de drogas em outra localidade de Petrópolis, a Vila
Rica, e trabalham para o comparsa de Beira-Mar.
Segundo a polícia, Periquito comanda o tráfico nas localidades do
Castelo São Manoel, Vila Rica, Glória e Vinte e Quatro de Maio, todas em
Petrópolis. Ele também é chefe do tráfico em comunidades de Duque de Caxias, na
Baixada. A polícia já pediu à Justiça a transferência de Periquito para um
presídio federal de segurança máxima. O Ministério Público já opinou
favoravelmente, mas ainda não houve decisão judicial.
Rozana e Carlos Alex foram presos pela delegacia de Itaipava no início
deste mês. Na ocasião, os policiais apreenderam o carro usado no crime, que
pertence à mãe de Carlos. O veículo foi flagrado por câmeras de segurança
chegando ao local do homicídio. O automóvel foi periciado e, com o uso de
luminol, foram encontrados vestígios de sangue. O mesmo exame foi feito em
outro carro do casal e em um casaco de Carlos que teria sido usado na noite do
crime. Em ambos, também havia vestígios de sangue.
Além de homicídio e associação criminosa, o casal também foi indiciado
por furto. Segundo as investigações, após matar a vítima, Rozana e Carlos ainda
levaram seu telefone celular. Os investigadores descobriram que o telefone
vinha sendo usado pela filha de Rozana, que havia ganhado o aparelho da mãe.
Os policiais da delegacia de Itaipava, em conjunto com agentes
penitenciários, ainda fizeram buscas na cela de Periquito em Bangu 3 e
encontraram material que o vincula ao casal.
Prisão em 2017 - Periquito foi preso em agosto de 2017 em
Mogi das Cruzes, São Paulo. O traficante, que estava foragido desde 2011, foi
capturado em um condomínio de luxo.
Na época de sua prisão, ele foi apontado pela Polícia Civil como
responsável pela arrecadação do dinheiro obtido com a venda de drogas na favela
Beira-Mar, em Duque de Caxias, e um dos maiores fornecedores de armas e drogas
para o Rio e outros estados.
Ainda de acordo com a polícia, Periquito começou sua vida criminosa ao
lado de Luiz Fernando da Costa. A primeira anotação criminal de ambos é de um
roubo a uma joalheria no Rio. Beira-Mar é padrinho de um dos filhos de
Periquito.
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