Polícia Civil de Itanhaém, no
litoral paulista, investiga se fato, relatado por um amigo do suspeito, é
verídico, já que exame do IML não analisou se a jovem estaria grávida
Segundo a polícia, Nayara morreu
após ser vítima de um acidente provocado pelo ex-companheiro
Um amigo do homem com quem a jovem Nayara da Silva, de 21 anos, manteve
um relacionamento antes de ser morta, afirmou à polícia que Márcio Manoel dos
Santos, que está foragido, contou a ele, no dia em que armou uma armadilha para
a jovem, que a vítima estava grávida e que a pressionou para abortar, mas que
ela teria se recusado a fazer o procedimento. A Polícia Civil investiga a
veracidade dessa hipótese. O crime ocorreu em Itanhaém, no litoral paulista.
De acordo com novas informações, Márcio é casado e tem uma filha. Ele
manteve o namoro com Nayara mesmo tendo outro relacionamento. Porém, ele e a
jovem já haviam terminado quando ele armou o acidente que acabou a vitimando.
A investigação apontou que Nayara não havia simplesmente sofrido um
acidente, como familiares acreditaram inicialmente.
As diligências realizadas pelos policiais localizaram câmeras de
monitoramento que mostram Nayara saindo com a moto do trabalho e sendo seguida
pelo ex-companheiro, que dirigia o carro do amigo José Maurício da Silva
Pereira, que também estava no veículo. Além disso, colegas de trabalho
afirmaram que ele já havia sido gerente da mesma rede de supermercados em que a
menina trabalhava, e que ela sofria constantes ameaças por parte dele.
Após os policiais descobrirem que Márcio a seguiu e jogou o carro
contra a motocicleta, provocando a queda da jovem e fugindo, eles localizaram
José Maurício pela placa do veículo. Ele foi levado à delegacia e preso. Em
depoimento, ele afirmou que o amigo disse a ele, enquanto esperavam Nayara sair
do supermercado em que trabalhava, que a jovem estava grávida e se negava a
fazer o aborto que ele pediu.
A investigação ainda não tem nenhuma confirmação dessa hipótese, já que
o laudo do Instituto Médico Legal (IML) foi emitido, mas não foi feito exame
para gravidez. O documento só apontou os ferimentos que causaram o óbito.
Isso, segundo a Polícia Civil por conta da pandemia da Covid-19. O IML
não está fazendo análise de órgãos internos, a menos que a necessidade seja
exemplificada no dia em que o corpo é levado ao instituto. Quando o corpo de
Nayara foi recolhido, apenas acreditava-se na possibilidade de acidente, não se
sabia da chance de feminicídio ou de ela estar grávida.
Além disso, Márcio continua foragido, por isso, os investigadores ainda
não ouviram sua versão sobre o ocorrido. De acordo com a polícia, todos os
indícios indicam que o homem manteve um relacionamento abusivo com a jovem quando
eles estavam juntos.
A família também afirma que não tem nenhuma informação de que Nayara
estaria grávida antes de morrer.
Relembre o caso - A vítima morreu atropelada enquanto pedia
ajuda após cair de moto na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, no dia 17 de maio.
A moto dela foi encontrada embaixo da defensa metálica do acostamento.
Inicialmente, os familiares e a polícia foram informados por
testemunhas que ela tinha sofrido uma queda da moto. Porém, a Polícia Civil
achou muito suspeito como ocorreu todo o acidente que vitimou a jovem. Com
isso, foram efetuadas diligências para entender os fatos que antecederam o
momento que ela teria caído da motocicleta.
Os policiais, então, chegaram a Márcio e o amigo, descobrindo que o
acidente foi uma armação do ex-companheiro. Por meio de câmeras de
monitoramento e depoimento de conhecidos de Nayara, eles confirmaram o crime.
Além disso, o veículo utilizado para provocar o acidente foi levado a uma oficina
para ocultar a prática criminosa, fato confirmado pelo próprio mecânico que
arrumou o automóvel.
Imagens mostram carro antes do
reparo
O próprio amigo de
Márcio e agora 2º indiciado pelo crime, João Maurício, confirmou todas as
informações para a polícia. Mensagens trocadas pelos dois pelo celular também
deram indícios do crime. Ambos tiveram a preventiva decretada. José Maurício
está preso e Márcio foragido.
Nayara da Silva, de 21 anos,
morreu após ser atropelada em rodovia enquanto buscava por ajuda em Itanhaém
Moto de jovem após acidente em
Itanhaém
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