quarta-feira, 13 de maio de 2020

Secretaria da Saúde - Coronavírus já circulava no Ceará em janeiro sem ser detectado

Somente no dia 15 de março, o estado constatou oficialmente primeiras ocorrências da doença

Ceará registrou mais de 1,2 mil óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia — Foto: Fotos Públicas
Ceará registrou mais de 1,2 mil óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia

O novo coronavírus começou a circular no Ceará, pelo menos, 56 dias antes da data em que houve a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil pelo Ministério da Saúde, segundo informou a Secretaria Estadual da Saúde. Em janeiro, o vírus já circulava no Ceará sem ser detectado pelas autoridades de saúde. Somente no dia 15 de março, o estado constatou oficialmente primeiras ocorrências da doença.
O número de casos confirmados da doença no Ceará já passa de 18 mil. Até esta quarta-feira, mais de 1,2 mil pessoas já morreram em decorrência da doença no estado.
A secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Magda Almeida, garante que a pasta hoje tem ciência do tempo de circulação do vírus e que essa constatação ocorreu a partir do acesso e avaliação por parte da Sesa a dados retroativos, sobretudo, de casos atendidos pela rede privada no Estado. O IntegraSUS, plataforma da Sesa, registra que em janeiro e fevereiro já havia 166 casos da doença em 11 cidades. O início ocorreu por Fortaleza.
Se levada em conta a data de início dos sintomas, dados do IntegraSUS, apontam que, o Ceará teve caso de Covid-19 no dia 1º de janeiro. Mas, se considerado o resultado dos exames, a data de registro de ocorrências da doença é dia 20 de janeiro.
Em janeiro, a Sesa aponta que havia casos em Fortaleza, Caucaia, Eusébio, Itaitinga, Horizonte e Sobral. Em fevereiro, além dessas cidades, há dados sobre ocorrências também em Itapipoca, Maracanaú, Pacajus, Quixadá e Sobral.
Para chegar a essa estimativa, a Sesa se baseia em pelo menos dois indicadores, conforme explica Magda: um é o relato feito pelos próprios pacientes e registrados no prontuário de notificação dos possíveis casos. Na rede privada, segundo ela, as pessoas contaminadas pelo vírus (ainda em janeiro, quando não se sabia da circulação no Brasil) já alegavam, terem sintomas que hoje já sabe-se que são característicos da Covid-19.
Outro são os testes cuja notificação junto à Sesa foi feita pela rede privada de forma atrasada. Magda relata que é preciso considerar que em janeiro, além da demora nos testes cujos resultados demoravam semanas para sair, não havia a ideia de que o vírus já circulava no Brasil, portanto, as pessoas buscavam a rede hospitalar acreditando estarem acometidas por outras enfermidades.

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